introdução da navalha de occan
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Formulada pelo filósofo medieval Guilherme de Occam (por vezes grafado Ockham), a lex parsimoniae (lei da parcimônia) é um princípio, solucionador de problemas, filosófico reducionista, que permite distinguir entre teorias equivalentes e pode ser utilizado como técnica para formulação de modelos teóricos. Em sua formulação mais simples, a Navalha de Occam dirá que, entre duas teorias com iguais resultados, que explicam ou preveem os mesmos fenômenos, devemos sempre escolher a teoria mais simples.
A navalha de Occam é frequentemente utilizada para evitar inflações ontológicas desnecessárias, quando uma entidade ou substancia é postulada, sem que haja evidências de sua existência, simplesmente para possibilitar a aplicação ou consistência de uma teoria.
Não obstante a expressão, normalmente atribuída a Occam, "entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem" (entidades não devem ser multiplicadas além da necessidade) não possa ser encontrada em sua, outras afirmações semelhantes o são e servem de base para atribuir a ele a fundação do conceito, embora este apareça em autores anteriores, entre eles John Duns Scotus, Maimonides e mesmo em Aristóteles, em seus Analíticos Posteriores, quando este afirma que devemos assumir a superioridade da explicação que se utiliza de um número menor de postulados ou hipóteses, quando todos os outros elementos forem equivalentes (ceteris paribus - outras coisas sendo iguais).
Antes do século XX, a suposição de que a natureza era simples e desta forma a explicação mais simples teria maior probabilidade de ser verdadeira. Tomás de Aquino defendeu, no século XIII, que, se algo pode ser feito por meio de um elemento, seria supérfluo faze-lo por meio de diversos elementos, uma vez que a natureza emprega apenas os elementos necessários, nunca mais do que isto. Com o desenvolvimento da ciência, especialmente a partir do século XX, no entanto, ganha popularidade a ideia de que os eventos podem ser mais complexos que nossas melhores teorias supõem e a defesa da navalha de Occam baseada na suposição de simplicidade da natureza perde força.
Em termos pragmáticos, entende-se que teorias simples são mais fáceis de entender. Desta forma, a navalha de Occam torna a apresentação de teorias mais simples e as discussões mais práticas. Elliot Sober defendeu que, em termos estritos, sequer a própria razão pode ser justificada rigorosamente e, afim de estabelecer um diálogo promissor, é preciso aceitar alguns elementos de antemão, a navalha de Occam é, segundo ele, um bom candidato para realizar a tarefa de escolher os elementos a partir dos quais a discussão será iniciada. Outra justificação para a navalha de Occam vem da matemática, mais especificamente da lei de probabilidades. Entende-se que a cada elemento introduzido há um aumento da possibilidade de erros. Desta forma, se um elemento não aumenta a precisão de uma teoria, seu único efeito é aumentar a possibilidade de que a teoria esteja errada.
O filósofo Karl Popper, defendeu que nossa preferencia por simplicidade pode ser justificada pelo critério de falseabilidade, uma vez que uma teoria mais simples seria aplicável a uma quantidade maior de casos, seria mais fácil testá-la e falseá-la do que uma teoria mais complexa. Por outro lado, Walter Chatton, contemporâneo de Occam, considerou o proceder de Occam excessivamente minimalista e defendeu que, se as entidades ou elementos propostos não são suficientes para verificar uma proposição afirmativa sobre algo, outros elementos devem ser propostos até que se possa verificar. Entre os filósofos que formularam anti-navalhas encontramos ainda Gottfried Wilhelm Leibniz, Karl Menger e Immanuel Kant. Com variações próprias de cada autor, a posição anti-navalha é geralmente uma defesa de que a variedade dos seres não deve ser reduzida precipitadamente, atribuindo assim uma posição precipitada e extremada a Occam.
Referências bibliográficas:
Ariew, Roger (1976). Ockham's Razor: A Historical and Philosophical Analysis of Ockham's Principle of Parsimony. Champaign-Urbana, University of Illinois.
A navalha de Occam é frequentemente utilizada para evitar inflações ontológicas desnecessárias, quando uma entidade ou substancia é postulada, sem que haja evidências de sua existência, simplesmente para possibilitar a aplicação ou consistência de uma teoria.
Não obstante a expressão, normalmente atribuída a Occam, "entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem" (entidades não devem ser multiplicadas além da necessidade) não possa ser encontrada em sua, outras afirmações semelhantes o são e servem de base para atribuir a ele a fundação do conceito, embora este apareça em autores anteriores, entre eles John Duns Scotus, Maimonides e mesmo em Aristóteles, em seus Analíticos Posteriores, quando este afirma que devemos assumir a superioridade da explicação que se utiliza de um número menor de postulados ou hipóteses, quando todos os outros elementos forem equivalentes (ceteris paribus - outras coisas sendo iguais).
Antes do século XX, a suposição de que a natureza era simples e desta forma a explicação mais simples teria maior probabilidade de ser verdadeira. Tomás de Aquino defendeu, no século XIII, que, se algo pode ser feito por meio de um elemento, seria supérfluo faze-lo por meio de diversos elementos, uma vez que a natureza emprega apenas os elementos necessários, nunca mais do que isto. Com o desenvolvimento da ciência, especialmente a partir do século XX, no entanto, ganha popularidade a ideia de que os eventos podem ser mais complexos que nossas melhores teorias supõem e a defesa da navalha de Occam baseada na suposição de simplicidade da natureza perde força.
Em termos pragmáticos, entende-se que teorias simples são mais fáceis de entender. Desta forma, a navalha de Occam torna a apresentação de teorias mais simples e as discussões mais práticas. Elliot Sober defendeu que, em termos estritos, sequer a própria razão pode ser justificada rigorosamente e, afim de estabelecer um diálogo promissor, é preciso aceitar alguns elementos de antemão, a navalha de Occam é, segundo ele, um bom candidato para realizar a tarefa de escolher os elementos a partir dos quais a discussão será iniciada. Outra justificação para a navalha de Occam vem da matemática, mais especificamente da lei de probabilidades. Entende-se que a cada elemento introduzido há um aumento da possibilidade de erros. Desta forma, se um elemento não aumenta a precisão de uma teoria, seu único efeito é aumentar a possibilidade de que a teoria esteja errada.
O filósofo Karl Popper, defendeu que nossa preferencia por simplicidade pode ser justificada pelo critério de falseabilidade, uma vez que uma teoria mais simples seria aplicável a uma quantidade maior de casos, seria mais fácil testá-la e falseá-la do que uma teoria mais complexa. Por outro lado, Walter Chatton, contemporâneo de Occam, considerou o proceder de Occam excessivamente minimalista e defendeu que, se as entidades ou elementos propostos não são suficientes para verificar uma proposição afirmativa sobre algo, outros elementos devem ser propostos até que se possa verificar. Entre os filósofos que formularam anti-navalhas encontramos ainda Gottfried Wilhelm Leibniz, Karl Menger e Immanuel Kant. Com variações próprias de cada autor, a posição anti-navalha é geralmente uma defesa de que a variedade dos seres não deve ser reduzida precipitadamente, atribuindo assim uma posição precipitada e extremada a Occam.
Referências bibliográficas:
Ariew, Roger (1976). Ockham's Razor: A Historical and Philosophical Analysis of Ockham's Principle of Parsimony. Champaign-Urbana, University of Illinois.
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