Português, perguntado por vargasgabriela, 4 meses atrás

Interprete cada estrofe do POEMA “OS SAPOS” DE MANUEL BANDEIRA. me ajudem!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.

Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.

O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.

Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.

Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."

Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".

Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.

Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".

Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".

Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;

Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é

Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...​

Soluções para a tarefa

Respondido por vozdogoogle25
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RESPOSTA:

Sapos”, de Manuel Bandeira, escrito em 1918, e publicado em 1919. Foi declamado por Ronald de Carvalho durante a Semana de Arte Moderna de 1922, evento que deu início ao Modernismo na Literatura e nas Artes no Brasil. Na poesia, Manuel Bandeira joga com as palavras à maneira dos parnasianos, colocando pontos essenciais e características importantes defendidos e cultuados pelos parnasianos, a exemplo da sonoridade e métrica regular. Manuel Bandeira também fez uso de recursos como ironia, sarcasmo e paródia.

Para o crítico literário e escritor Alfredo Bosi, na História Concisa da Literatura Brasileira, a figura do poeta parnasiano, comparado a uma “máquina de fazer versos” no “Manifesto Antropófago” (1928) de Oswald de Andrade, foi ridicularizada e atacada em inúmeros artigos e poemas, como “Os Sapos”, de Manuel Bandeira, recitado por Ronald de Carvalho na segunda noite da Semana de Arte Moderna. Em oposição ao rigor gramatical e ao preciosismo lingüístico parnasianos, os poetas modernistas valorizaram a incorporação de gírias e de sintaxe irregular, e a aproximação da linguagem oral de vários segmentos da sociedade brasileira.

Bandeira chama de sapos os poetas parnasianos que somente aceitavam a poesia rimada, formal, como os sonetos. Em “Os Sapos” ele também satirizou as reclamações dos poetas parnasianos e as comparou com o coaxar dos sapos num rio. Cada um desses poetas ele dá uma denominação diferente: sapo-boi, sapo tanoeiro e aos menores chama de saparia. Também mostra algumas das regras que eles seguiam: comer hiatos, nunca rimar cognatos, dar importância à forma.

EXPLICAÇÃO:ESPERO TER AJUDADO!

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