Inferências da obra “Caixa- maleta” de Marcel Duchamp.
Soluções para a tarefa
Resposta:
A literatura do inventário é delimitada, no campo de ação deste trabalho,
por cinco ficções: História universal da infâmia, de Jorge Luis Borges,
A sinagoga dos iconoclastas, de Juan Rodolfo Wilcock, História
abreviada da literatura portátil, de Enrique Vila-Matas, Vodu urbano,
de Edgardo Cozarinsky, e A literatura nazi na América, de Roberto
Bolaño. A amplitude na escolha dos textos já aponta para a primeira
hipótese de trabalho: para dar conta de uma leitura crítica do fragmento
e da ruína, é preciso colocar os textos em contato, tomá-los a partir de
suas relações e confrontos. Considerando que cada ficção traz consigo
as temporalidades que as constituem, o contato leva necessariamente a
um contexto de heterogeneidade histórica e temporal. Por conta disso, a
tese persegue também a noção de "anacronismo" e seus desdobramentos
possíveis a partir da categoria formal de "inventário". Ao serem
considerados de forma descontínua, ou seja, sem o aval da cronologia,
os elementos da série inventariante questionam não apenas o arquivo e
seus critérios de classificação e armazenamento, mas, também, a própria
lógica que posiciona um texto literário no interior de uma história
normativa. Essa problematização classificatória é apresentada pelas
próprias ficções tomadas para análise, já que a forma desenvolvida para
veicular a escritura (a forma inventariante) liga, de forma crítica, os
textos entre si e todos eles diante da contemporaneidade criada pela
pesquisa. Por esse motivo, levanta-se a ideia de que o inventário está
posicionado para além do arquivo e do anacronismo: ao incorporar
ambos à sua dinâmica, força o discurso crítico que se ocupa do
inventário a tomar, também ele, uma feição fragmentária e inventariante.
Explicação: