Infância
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé.
Comprida história que não acaba mais.
No meio dia-branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu
chamava pra o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando pra mim:
– Psiu ...não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro...que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. Record, 2001.
Levando-se em conta os interlocutores envolvidos, o propósito comunicativo, o contexto situacional, o conteúdo e os recursos linguísticos empregados, o poema de Drummond dialoga com outro gênero textual. Qual é esse gênero? Justifique.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
vai no google
Explicação:
vc vai achar rapidinho
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