Indo o primeiro sinal foi quando uma senhora se levantou para me dar seu lugar, num ônibus. ué, pensei. (não sei se foi "ué". pode ter sido "uai", mas estranhei). o que provocara aquele gesto? o que levara a mulher a me oferecer seu lugar? era a primeira vez que me acontecia aquilo. alguma coisa ela vira em mim que a convencera que eu não deveria ficar de pé. o que seria? recusei a oferta. "não, não. eu estou bem. obrigado." mas fiquei intrigado. de pé e intrigado. a partir daí, passei a notar que as pessoas me tratavam de um modo diferente. não era raro alguém estender a mão para me ajudar a descer de um carro, por exemplo. por que aquela súbita mudança de comportamento das pessoas em relação a mim, já que eu continuava sendo o mesmo de sempre? em mim nada mudara. bem, algumas coisas sim, mas detalhes, nada que justificasse o estranho procedimento dos outros. e o que quer que fosse que o provocara, o novo tratamento não era de repulsa. pelo contrário, era de uma amabilidade inédita. por quê? finalmente, na semana passada, tudo se esclareceu. cheguei no rio e o táxi que me levava do aeroporto para o hotel pifou na saída do túnel rebouças e parou na ensolarada lagoa. o motorista pediu ajuda a outro táxi pelo rádio e enfatizou a urgência da situação: "estou aqui com um idoso embaixo do " olhei em volta. idoso? onde estava o idoso? e então tive a revelação. o idoso era eu! agora tudo fazia sentido. o estranho procedimento dos outros estava explicado. eu tinha me transformado num idoso e recebia o tratamento adequado. virar idoso é o que acontece quando se vive um certo tempo, eu apenas não tinha me dado conta. só faltava alguém dizer a palavra, sem a menor possibilidade de estar se referindo a outra pessoa. curiosa palavra. idoso. o que acumulou idade. também tem o sentido de quem se apega à idade. ou que a esbanja (como gostoso ou dengoso). se é que não significa alguém que está indo, alguém em processo de ida. em contraste com os que ficam, os preciso começar a agir como um idoso. dizem que, entre eles, idoso não fala em quem chega à velhice como alguém que está à beira do túmulo. dizem que está na zona do rebaixamento. vou ter que aprender o jargão da categoria.
Considerando a conclusão do texto,analise as seguintes afirmações.
I-o jardão mencionado - zona de rebaixameto - é um enfemismo que revela como as pessoas reagem ao tema da morte.
II-a expresao "estar a beira do tumulo" teria como equivalente,na linguagem popular,"estar matando cachorroa grito"
III-para ser reconhecido como idoso,o cronista precisa aprender o jargão dessa categoria.
Pode-se afirma que .
A-apenas a afirmação I esta correta.
B-apenas a afirmação II esta correta.
C-apenas a afirmação III esta correta.
D-apenas a safirmações I e II estao corretas.
E-apenas as afirmações I e III estao corretas.
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Podemos dizer que a alternativa correta é a letra D. Isso porque podemos pensar que o eufemismo de trata de amenizar um pouco a situação e não falar da morte em suas próprias palavras significa amenizar com alguma expressão ou alguma outra palavra, e é o que foi feito.
Além disso podemos dizer que a expressão estar matando cachorro a grito significa que a pessoa está passando por um momento de sofrimento e aí podemos pensar que acabaria sendo algo um pouco pessoal, pois existem pessoas que sofrem com a morte e pessoas que estão estritamente preparadas para.
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Afirmação I e II estão corretas
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