INDIQUE A INTRODUÇAO, TESE, ARGUMENTOS, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSAO DO TEXTO ABAIXO
O desastre de Brumadinho1 e a mídia nebulosa
O município de Brumadinho fica próximo à antiga Vila de Brumado Velho, nome que o local recebeu devido à grande incidência de brumas, pelo período da manhã. A palavra bruma, para quem desconhece, significa nevoeiro, nebulosidade. ]
Nebulosas também são as razões que acabaram provocando a catástrofe na cidade que tomou conta das redes sociais em janeiro de 2019, mobilizando debates, discussões, solidariedade e questionamentos. Alguns desses, envolvendo a cobertura desastrosa que muitos meios de comunicação fizeram.
É notório que grandes catástrofes têm o poder de mobilizar audiências. Em tempos de internet e circulação rápida de notícias, tornam-se assunto corriqueiro, viralizando imagens e dados com grande velocidade. Isso provoca, naqueles que possuem o poder de veicular as informações, uma corrida para entrevistar sobreviventes, buscar as imagens com os ângulos mais inusitados, na tentativa de colocar-se à frente da concorrência.
Na ânsia de buscar informações novas e alcançar notoriedade na cobertura, muitos repórteres deixam-se levar pela exploração da dor humana sem se preocupar, efetivamente, com o mínimo respeito pelo entrevistado. Perguntas que exaltam a intensidade de emoções que o outro está vivenciando, como, por exemplo, o que significa o desaparecimento de um ente querido, ou ainda se é difícil conter as lágrimas diante da confirmação de uma morte, demonstram um claro despreparo para lidar com questões sensíveis em situações de crise.
A imprensa precisa cumprir seu papel de levar a informação do modo mais claro e isento possível. Os limites éticos precisam ser respeitados no que se refere ao trato com o sofrimento alheio.
Susan Sontag2 , em seu livro Diante da dor dos outros, salienta que as pessoas que acompanhavam o noticiário, no caso referindo-se a Sarajevo, pouco entendiam sobre a guerra. Não há substituto para a experiência, e essa observação originou as reflexões do seu livro.
Retomando essa ideia, nada pode explicar, ou mesmo demonstrar, a experiência de dor que o outro vive. Podemos, entretanto, ter empatia. Mostrar o que ocorre, buscando uma aproximação com o entrevistado de forma correta, ética, para que o público a ser atingido compreenda que, mesmo diante de uma dor que não se pode mensurar, é possível ser capaz de indignar-se a ponto de querer uma efetiva retratação de quem cometeu o erro. É importante perceber que uma tragédia ambiental e humana como a de Brumadinho, repeteco ainda mais trágico em número de mortes da que ocorreu há quatro anos na cidade de Mariana, com o rompimento da Barragem de Fundão, ocorre facilitada por um descaso institucional, que envolve também o poder público em sua ausência de fiscalização adequada.
Segundo dados amplamente divulgados pela imprensa brasileira e mundial, o rompimento da Barragem de Fundão é considerado o maior desastre industrial do mundo envolvendo barragens de rejeitos, com um volume total despejado de aproximadamente 62 milhões de metros cúbicos. Também foi o responsável pelo maior impacto ambiental da história brasileira. O que ocorreu em Brumadinho não terá o mesmo dano à natureza, porém o número de mortos é superior ao de Mariana
É preciso acompanhar, fiscalizar o trabalho das mineradoras, verificar de forma eficiente se as barragens utilizadas para os resíduos de mineração dispõem de equipamentos de segurança, rever a legislação e promover efetivamente um ajuste de conduta no que se refere às normas de segurança envolvidas.
Que mais este evento, o qual demonstra claramente o quanto o fator humano ainda é desconsiderado neste país, não caia nas brumas do esquecimento, não seja envolto em nevoeiros e se perca em meio a tantas novidades e notícias que nos bombardeiam diariamente. Buscar audiência com a tragédia alheia não é novidade em nossos meios de comunicação. O que precisa ser novo é nosso olhar crítico e cidadão em solidariedade às vítimas, e em indignação e luta para que outros eventos dessa natureza nunca mais ocorram.
Que os meios de comunicação, os influenciadores digitais e todos os veículos empenhados em compartilhar as informações sobre o ocorrido pautem-se pela ética, pelo respeito, e que saibam comportar-se de forma humana, diante da dor dos outros.
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2017 $$$/$@@379*999................
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