indígenas inimigo do povo taino
Soluções para a tarefa
Tinha se passado muito pouco tempo após a chegada de Cristóvão Colombo, e seus
companheiros já haviam conhecido a grande tormenta da população indígena do Haiti (os
Arawaks). A confusão e o desespero provocados pelo trabalho forçado e esgotante, as
doenças importadas da Europa, notadamente a tuberculose e varíola, e a extrema
brutalidade dos conquistadores, anteriormente recebidos com grande cordialidade pelos
insulares, atingiu tal amplitude que a marcha desse povo para a extinção total foi
irreversível. Alguns anos foram, com efeito, suficientes para que se completasse o infernal
processo, o que quer dizer que se trata de “um dos genocídios de maior sucesso na história
da humanidade”. No entanto, a poucos quilômetros da costa do Haiti, um sobrevivente dessa
terrível tragédia, o cacique Hatuey, tomou, em Cuba, a liderança de um formidável
movimento de resistência – a primeira guerrilha da ilha2
- para bloquear a estrada de Diego
Velásquez de Cuéllar e de seu tenente Hernan Cortés, responsáveis pela posse da ilha. No
entanto, esse herói venerado na ilha vizinha e cujas façanhas são encontradas nos livros de
história nacional é, não sem qualquer paradoxo, praticamente desconhecido no Haiti, sua
terra natal.Quem foi Hatuey?
Hatuey foi um indígena da família linguística Arawak, cujo Taïnos3
(que significa
“homens pacíficos, gente do bem”) constituía um componente desse conjunto. Nasceu em
Quisqueya no Haiti e viveu até o período de conquista progressiva da ilha, ele pertence a
uma das grandes “famílias reais”, sendo ele próprio um cacique local (MARCEL, 1987, p. 45).
A esse título, “ele era proprietário da maior canoa da aglomeração, teve, entre outros, o
controle sobre os transportes civis, bem como, sobre os movimentos militares e regulava
tudo o que se tratou às relações com o exterior”. Depois de ter resistido e lutado contra os
conquistadores da Espanha, ele se refugiou em Cuba em companhia de seus ajudantes de
campo, no extremo leste da ilha, mais precisamente no que faria parte, muito tempo mais
tarde, da atual província do oriente.
Consciente de sua liderança e de seus talentos de organizador militar, ele mobiliza os
indígenas dessa região e opõe aos espanhóis de Velasquez uma feroz resistência, que dura
perto de dois anos. O movimento foi de tal amplitude que obriga Diego Velasquez a retardar,
durante toda a duração da resistência indígena, a fundação de Baracoa, primeira cidade
espanhola erigida em Cuba.
É necessário lembrar que, a fundação dessa cidade foi de uma importância capital na
estratégia espanhola. Foi ela, de fato, que serviu de base de partida para a conquista da ilha
inteira. Os indígenas dessa parte de Cuba já conheciam os espanhóis e seus métodos cruéis
e bárbaros. Em várias ocasiões, vindos de Hispaniola4
, eles desembarcaram em pequenos
grupos para capturar e sequestrar os indígenas e os levar a força como escravos à
Hispaniola. Enquanto isso, os nativos da região se reuniram em torno do cacique Hatuey,
que lhes insuflou o desejo de lutar. Este último se apressa em lhes informar sobre o destino
que lhes reservava os invasores, que não tinham nenhum escrúpulo em lhes subjugar e
violentar suas mulheres. Vindo de Hispaniola, o cacique Hatuey conhecia muito. Em seguida,
ele os aconselhou a esconder todo o ouro, muito cobiçado pelos espanhóis, e de limpar
também o leito dos rios que pudessem o conter. Além disso, ele os convidou a se preparar
para a luta contra os invasores.