INDIGENAS E SUA FORMA DE ORGANIZAÇÃO POLÍTICA, ECONÔMICA
E CULTURAL.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Este trabalho se propõe esclarecer o sistema técnico-econômico das sociedades guarani pré-coloniais, e suas relação com a totalidade sócio-cultural da qual fazia parte. De origem amazônica, os guarani eram grupos horticultores que, no momento da chegada das primeiras frentes de colonização ibérica, viviam em quase todas as florestas tropicais e subtropicais da Bacia do Prata. Nestas florestas, possuíam um singular arranjo técnico e econômico, perfeitamente adaptado às condições ecológicas. Quando os colonos e missionários ibéricos chegaram a estas regiões, foram incapazes de compreender o abismo que separava as modalidades de produção e governação das riquezas nestas sociedade indígenas, e nas suas de origem não possuíam uma organização econômica, avaliação que permanece até recentemente. Procura-se demonstrar que esta percepção é errônea, partindo das próprias informação existentes nos documentos coloniais, e nas evidências arqueológicas do período. O estudo da Antropologia econômica sobre sociedades horticultoras e a etnografia guarani, definem um modelo interpretativo conformado pelos dados inferidos das fontes documentais. Neste modelo, a família extensa aparece como unidade de produção e consumo, e a circulação econômica é a guiada pela lógica do mborayu. A tecnologia guarani caracterizava-se muito mais pelo conhecimento e pela habilidade, do que pela criação de uma cultura material elaborada. A exposição se desenvolve em três etapas sucessivas. Inicialmente, abordam-se temas relacionados a uma crítica sobre a historiografia tradicional da Bacia do Prata, procurando apontar uma outra perspectiva de análise, mais condizante com a necessidade de superação com as relações de dominação imperialista na América do Sul. A seguir, são analisados aspectos elementares à compreensão da técno-economia guarani. Finalmente, tematiza-se diretamente os principais elementos formadores do sistema técnico-econômico guarani. Ao final do estudo, indica-se que a chave interpretativa fundamental, para o entendimento do sistema técnico-econômico guarani, é prática ecológica e sua correspondente simbolização religiosa, responsáveis pela permanência de uma duradoura relação entre a sociedade e o ambiente florestal.