Independências na América Espanhola
A Independência das colônias espanholas na América ocorreu após quase 300 anos de domínio colonial e resultou na
formação de 18 novos países. O império colonial espanhol, desde o século XVIII, estava dividido em quatro vice-reinados e quatro
capitanias gerais:
• Nova Espanha: composto pelo México e parte dos Estados Unidos.
• Nova Granada:integrada pelos atuais territórios de Colômbia, Panamá e Equador,
• Peru: correspondente ao Peru;
• Rio da Prata: constituía a área equivalente a Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.
Por sua parte, as capitanias-gerais equivalem territórios de Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile.
As independências das colônias da América Espanhola ocorrem no século XVIII quando as ideias como liberalismo e autonomia
começavam a conquistar as elites criollas. Nesse período, observamos a ascensão de um novo conjunto de valores que questionava
diretamente o pacto colonial e o autoritarismo das monarquias. O iluminismo defendia a liberdade dos povos e a queda dos regimes
políticos que promovessem o privilégio de determinadas classes sociais.
Sem dúvida, a elite letrada da América Espanhola inspirou-se no conjunto de ideias iluministas. A grande maioria desses
intelectuais era de origem criolla, ou seja, filhos de espanhóis nascidos na América desprovidos de amplos direitos políticos nas
grandes instituições do mundo colonial espanhol. Por estarem politicamente excluídos, enxergavam no iluminismo uma resposta aos
entraves legitimados pelo domínio espanhol, ali representado pelos chapetones.
Ao mesmo tempo em que houve toda essa efervescência ideológica em torno do iluminismo e do fim da colonização, a pesada
rotina de trabalho dos índios, escravos e mestiços também contribuiu para o processo de independência. As péssimas condições de
trabalho e a situação de miséria já tinham, antes do processo definitivo de independência, mobilizado setores populares das colônias
hispânicas. Dois claros exemplos dessa insatisfação puderam ser observados durante a Rebelião Tupac Amaru (1780/Peru) e o
Movimento Comunero (1781/Nova Granada).
No final do século XVIII, a ascensão de Napoleão frente ao Estado francês e a demanda britânica e norte-americana pela
expansão de seus mercados consumidores serão dois pontos cruciais para a independência. A França, pelo descumprimento do
Bloqueio Continental, invadiu a Espanha, desestabilizando a autoridade do governo sob as colônias. Além disso, Estados Unidos e
Inglaterra tinham grandes interesses econômicos a serem alcançados com o fim do monopólio comercial espanhol na região.
É nesse momento, no início do século XIX, que a mobilização ganha seus primeiros contornos. A restauração da autoridade
colonial espanhola seria o estopim do levante capitaneado pelos criollos. Contando com o apoio financeiro anglo-americano, os
criollos convocaram as populações coloniais a se rebelarem contra a Espanha. Os dois dos maiores líderes criollos da independência
foram Simon Bolívar e José de San Martin. Organizando exércitos pelas porções norte e sul da América, ambos sequenciaram a
proclamação de independência de vários países latino-americanos.
No ano de 1826, com toda América Latina independente, as novas nações reuniram-se no Congresso do Panamá. Nele, Simon
Bolívar defendia um amplo projeto de solidariedade e integração político-econômica entre as nações latino-americanas. No entanto,
Estados Unidos e Inglaterra se opuseram a esse projeto, que ameaçava seus interesses econômicos no continente. Com isso, a América
Latina acabou mantendo-se fragmentada.
O desfecho do processo de independência, no entanto, não significou a radical transformação da situação socioeconômica vivida
pelas populações latino-americanas. A dependência econômica em relação às potências capitalistas e a manutenção dos privilégios das
elites locais fizeram com que muitos dos problemas da antiga América Hispânica permanecessem presentes ao longo da História
latino-amecano
1. As ideias iluministas, que estudamos no primeiro semestre, ecoaram na América e contribuíram para os processos de
independência locais. Qual relação pode ser feita entre estes?
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Resposta:
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