implicações do Pensamento marxista para os estudos do pensamento político e econômico
Soluções para a tarefa
Há consenso entre os historiadores que as ciências sociais se conformaram a partir do
projeto iluminista com o objetivo de interpelar sobre a vida presente ao mesmo tempo em que
tendia ao espraiamento ideológico da ideia de progresso, liberdade, bem-estar, convivência
pacífica etc., consolidando junto com as ciências da natureza um modelo de sociedade. Na
contramão dessa perspectiva alguns analistas sociais situaram-se como críticos a esse modelo
interpretativo e já no século XVIII expressaram indignação com os rumos do processo
revolucionário que mundializou o capitalismo burguês. Gracchus Babeuf1
(1760-1797) tanto
por meio de seus escritos quanto de ações políticas fundou uma crítica à sociedade capitalista
que em muito contribuiu para a constituição do legado teórico-metodológico criado a partir de
Karl Marx.
Concebida nesse contexto de transformações e críticas a Sociologia alcança status de
ciência no fim do século XIX, quis, a partir daí, explicar as transformações sociais no
conjunto da formação da sociedade industrial moderna, capitalista e burguesa, produzindo
técnicas próprias de investigação e amalgamando um corpus teórico que ambicionou oferecer
uma interpretação adequada sobre a sociedade e assim dizer ao homem moderno o caminho
mais acertado para a sua vida. Concordando com Martins (2011, p. 25) pode-se dizer que o
pensamento político e social expressa o desenvolvimento das diferentes formações sociais
tanto na sua luta por hegemonia quanto na busca de compreensão sobre si. Fernandes (1980,
p.19-20), observa que a problematização teórica e prática da Sociologia e dos seus campos
fundamentais exige que a apreendamos como totalidade, isto é, como uma realidade complexa
e articulada, mediada e contraditória. E, neste sentido, considera-la tanto em sua tendência
burguesa quanto em sua tendência de crítica à ordem estabelecida.
As ciências sociais mantêm, desde sua origem, importantes linhas de investigação
radicadas a partir de diferentes tradições interpretativas, compreendendo que essas linhas de
investigação ao avaliarem internamente o campo o fazem também por caminhos distintos.