impactos sociais da bacia hidroeletrica de belo monte?
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A polêmica em torno da construção da usina de Belo Monte na Bacia do Rio Xingu, hoje considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, já dura mais de 20 anos. A hidrelé-trica vem sendo alvo de intensos debates na região, principalmente a partir 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impactos Ambiental (EIA), intensificando-se a partir de fevereiro de 2010, quando o Ministério do Meio Ambiente (MMA) concedeu a licença ambiental prévia para sua construção.Conforme observando, inúmeros são os movimentos sociais e lideranças indígenas da região contrários à obra, uma vez que consideram que os im-pactos socioambientais não estão suficientemente dimensionados. A partir da análise do EIA de Belo Monte, ficam claras inúmeras problemáticas, tais como inconsistências metodológicas, ausência de referencial bibliográfico adequado e consistente, falhas nos dados, coleta e classificação assistemá-ticas de espécies, subdimensionamento da área diretamente afetada, da população atingida e da perda de biodiversidade.Observa-se ainda uma negação dos impactos à jusante da barragem principal, a negligência na avaliação dos riscos à saúde, à segurança hídrica, além do superdimensionamento da geração de energia e do custo social, ambiental e econômico da obra (Magalhães et al., 2009). Além da interrupção do rio Xingu em um determinado trecho, prejudicando a sua vazão, outro ponto que merece destaque, segundo os acadêmicos, é o fato de que a vazão do rio Xingu é irregular e insuficiente para suprir uma usina deste porte e, logo, a mesma não teria condições de fornecer a quantidade de energia que está sendo esperada.A persistência governamental, no entanto, em construir Belo Monte está baseada em uma sólida estratégia de argumentos dentro da lógica de vantagens comparativas da matriz energética brasileira. Os rios da margem direita do Amazonas têm declividades propícias à geração de energia, e o Xingu se destaca, também pela sua posição em relação às frentes de expansão econômica (predatória) da região central do país. Conforme anteriormente destacado, o “desenho” de Belo Monte foi revisto e os impactos reduzidos em relação à proposta da década de 1980.Fica evidente, dessa forma, que o projeto de Belo Monte é extremamen-te complexo e deve ser tratado como tal. Reduções a nível de ganhos e de eficiência energética tornam o debate simplista e, portanto, uma abordagem holística e dinâmica deve ser adotada.Conforme analisado, inúmeros são os debates a nível social, ambiental e econômico-financeiro, refletindo, dessa maneira, em uma intensa e crescente