ilustrações práticas de uma situação na psicologia?
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Resposta:
O presente artigo destaca a arte, em sua dimensão humanizadora e potencial para afetar o sujeito, como instrumento de trabalho do psicólogo no favorecimento da constituição de formas mais elaboradas de o sujeito ser, estar, pensar e agir no mundo. As proposições apresentadas se assentam nos conceitos de Vigotski, notadamente aqueles da “Psicologia da Arte”, defendendo a potência dessa linguagem para fazer emergirem emoções, contradições e a reflexão, como meios de fazer avançar a consciência sobre si e sobre o mundo. Assumindo essa perspectiva, o artigo apresenta o relato de parte de uma pesquisa-intervenção realizada em uma escola da rede pública estadual de Ensino Fundamental II e Médio, com turmas do ensino médio noturno, focalizando a expressão de uma das estudantes, que elucida o caráter promissor da arte na promoção da imaginação de adolescentes.
Palavras-chave Arte (Psicologia); Imaginação; Psicologia histórico-cultural; Psicologia educacional
Este artigo destaca a arte em sua dimensão humanizadora e potencial para afetar o sujeito, como instrumento de trabalho do psicólogo, na mediação da constituição de formas mais elaboradas de ser, estar, pensar e agir no mundo. Como núcleo organizador das relações que se constroem e se mantêm nos espaços educativos, a arte favorece as ressignificações dos sujeitos sobre seu papel nas diferentes interações de que tomam parte e sobre suas condições de vida atual e futura. O espaço educativo, que assume primazia nas proposições ora apresentadas, é o da escola pública de educação básica, notadamente da rede estadual de ensino que atende adolescentes no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio.
Essas acepções se assentam nos pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural, sobretudo aqueles defendidos por Vigotski (1925/1999) em seu livro “Psicologia da Arte”. O presente estudo assume características de pesquisa-intervenção, visando simultaneamente produzir conhecimentos sobre os fenômenos investigados, elaborar métodos para acessá-los e oferecer subsídios para o desenvolvimento de práticas psicológicas comprometidas com a transformação das condições que produzem alienação e sofrimento dos sujeitos que estudam e trabalham na escola.
Na cotidianidade, os modos de interação entre sujeito e realidade se constituem a partir de certo nível de consciência e de intencionalidade, em que um afeta e constitui o outro de maneira dialética e permanente. Entretanto, o ritmo da vida cotidiana é marcado pelo imediatismo e pela incompletude, não oferecendo possibilidades para questionamentos e reflexões. Na vida vivida, passado e presente imbricam-se indissociavelmente, e os sujeitos são chamados a comparecer por inteiro e a revelar a síntese histórica do desenvolvimento possível de sua personalidade até aquele dado momento, por meio da expressão, subsequente às afecções produzidas nessas relações, dos seus pensamentos, de suas emoções
As demandas da vida vivida estão na base dos motivos que levam os sujeitos a se relacionarem pragmaticamente com a realidade, e a orientarem sua conduta para atender rapidamente as reivindicações lhes são apresentadas, fazendo emergir o olhar que padece de “viciação de origem”2 como forma de significar o mundo. Nessas ocasiões, embora o olho veja situações heterogêneas, consegue enxergá-las apenas a partir de um único prisma, que as fragmenta e as homogeneíza, dando origem aos automatismos e cristalizações dos modos de perceber, explicar, relacionar-se e atuar em diferentes contextos. As condutas que decorrem dessas interações quase sempre carregam em si a possibilidade da não conclusão do desenvolvimento de formas mais elaboradas de relação da pessoa com o mundo, uma vez que estas não contribuem para a mobilização dos recursos humanos potenciais que poderiam levar à construção de formas mais criativas de se relacionar com a realidade e à transformação das
A promoção de mudanças dessas condições, por sua vez, perpassa pelo favorecimento de vivências que tenham em sua base o humano-genérico e que se caracterizem pela quebra da direção da conduta da vida cotidiana (a qual se orienta pelo “eu”) e pela constituição de formas de relação direcionadas ao “nós”. Para isso, é preciso alterar o ritmo da e na vida vivida, por meio do estabelecimento de pausas que possibilitem ao sujeito exercitar seu olhar