Identifique os avanços e desafios do negro nós dias atuais:
Soluções para a tarefa
Na mídia, as pessoas negras também vêm conquistando seu espaço. Telejornais vêm enriquecendo seu quadro de funcionários(as) com a contratação de jornalistas negros(as).
Nas telenovelas, comerciais e séries, negras e negros estão começando a se fazerem representar por personagens que os(as) valorizem. Ainda que vagarosamente, não cabe mais apenas aos(as) negros(as) os papéis de coadjuvantes minúsculos dentro de toda uma obra. Também suas personagens assumem outras profissões além daquelas consideradas operacionais. Neste parâmetro, pode-se afirmar que há uma influência norte-americana, onde os(as) negros(as) seguiram na frente na valorização de sua identidade.
A cultura do povo negro, sua religião e danças também estão sendo focadas na mídia com o objetivo de acabar com o preconceito existente.
Porém, a mídia ainda peca na apresentação de algumas personagens na televisão. Atores e atrizes negras, não raramente, são ofendidos(as), por suas características físicas ou por representarem uma personagem que tenha um comportamento considerado “inadequado”. Algumas personagens do humor ridicularizam os(as) negros(as), focando em estereótipos de uma caricatura bizarra, enfatizando que pessoas negras ganham destaque apenas para divertir as demais.
As mulheres negras conseguiram se fazer representar na TV, mas para tal façanha, a mídia teve que se apropriar da imagem de negras belas, altas e magras, ou de sua objetificação. Ou então, se faz um perfil ofensivo das características físicas das mulheres negras, enfatizando que não se encontram dentro dos padrões de beleza aceitáveis pelo senso comum.
Arte e crítica social
Com grande influência da Black Music norte-americana, a música negra no Brasil vem ganhando destaque, sendo que a própria música da periferia está sendo mais valorizada. O blues e o jazz são clássicos da música negra que já estão reconhecidos pelos intelectuais. Mas a voz do povo, representado pelo samba, funk, hip hop e rap é um grito da periferia, da nossa cultura. Há muito preconceito pelo funk carioca pelo desconhecimento das origens estilo musical. Longe dos ataques machistas que se pode observar nas músicas atuais, o funk surgiu como uma forma de manifestar a opressão sofrida pelos(as) negros(as) e que, apesar desta situação, continuam na luta e se valorizam. O resgate desta proposta do funk deve voltar com toda força, juntamente com a alegria de quem realiza sua dança.
Hoje, esta crítica social está presente no hip hop e no rap, inclusive com compositoras e interpretes do gênero feminino. Há iniciativas como o Hip Hop Mulher e o Mulheres no Hip Hop. As meninas se utilizam da música para também soltar seu grito da necessidade de ter os mesmos direitos dos meninos. O Brasil tem uma forte influência da postura de outros países na composição de músicas que remetem às origens da música negra e às críticas à temática social.
Representações artísticas que remetem ao cotidiano africano também começam a serem vistos de forma mais aceitáveis. Os(as) africanos(as) trouxeram para o Brasil maravilhas de sua cultura, que durante muito tempo foram marginalizadas. A Congada, que trata das lutas de reinados africanos, é um exemplo de resgate da cultura afro e da lembrança de que antes de escravos, eram reis em seus países.