Filosofia, perguntado por edsonsalles908, 7 meses atrás

Identificar em textos da tradição filosófica a felicidade como motivo de
reflexão crítica.

Soluções para a tarefa

Respondido por guilhermesoare29
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Resposta:

o tema felicidade surge frequentemente em vários lugares e setores do conhecimento humano e, por ser tão recorrente chega a ser banal. Mas a análise filosófica e histórica do conceito de felicidade só reforça sua importância e não apenas para o homem contemporâneo.

A verdade é que todos os homens procuram ser felizes, mas por isso mesmo se tornou a felicidade uma temática capciosa e particularmente complexa.

Seu significado é densamente variante conforme os diferentes períodos históricos estudados também se percebem que os meios para se alcançá-la mudaram muito.

Basta repararmos no retrato da felicidade observando a prática de sorrir para fotografias e imagens pictóricas. E, nesse sentido, o enigmático sorriso da Mona Lisa[1] de Leonardo Da Vinci[2] representou um marco revolucionário. O que contrasta profundamente com os largos sorrisos flagrados pelas lentes da atualidade.

Mas questionamentos nos instigam: será o homem contemporâneo é realmente tão feliz quanto parece nos comerciais, programas de televisão e nas fotografias? E, afinal de contas em que consista a felicidade?

Tais perguntas e ainda outras continuam a ser feitas mesmo após dois mil e quinhentos anos de intensos debates e reflexões filosóficas, que construíram apenas um enorme dissenso pacífico sobre o tema.

Nas páginas iniciais da obra de Heródoto “A história” que é a obra mais antiga da história do ocidente há relato sobre Croesus, rei da Lydia que durante diálogo com o sábio Sólon demonstrou a central preocupação com a felicidade (eudaimonia).

Croesus afirmava ser feliz por não lhe faltar nenhuma posse (bens materiais). Sólon[3] argumentava, por sua vez, que só era possível atribuir o adjetivo “feliz” após a análise de toda a vida de uma pessoa, ou em outras palavras, após a morte.

Um defendia uma felicidade medida em momentos e por meio de avaliação objetiva, enquanto o outro na avaliação total da vida e por meio da demonstração de valores subjetivos.

Enquanto que um apontava que a vida podia ser conquistada em posses, o outro defendia que os acasos da vida seriam cruciais para fazer alguém feliz.

Desde Heródoto a felicidade foi assumindo diferentes identidades, o que contribuiu para se obter um conceito confuso. Então a felicidade se vestiu de várias designações como beatitude, bem-estar, prazer e satisfação que enriquecem o tema que pretende ser a meta ideal da vida humana.

Mas, aos poucos a ciência também tomou posse do estudo da felicidade, e os filósofos na inversa direção abandonaram-na. Será possível ser cientificamente feliz?

Aliás, uma Resolução da ONU de 2011 apontou o direito à felicidade como direito fundamental e que deve nortear o Estado de Direito[4] que tem como uma das metas primordiais a preservação da dignidade da pessoa humana.

Freud por sua vez cogitou que a felicidade é algo inteiramente subjetivo e deduziu ser impossível de ser apreendida por meio objetivos. As reflexões freudianas sobre a felicidade são particularmente desenvolvidas em sua obra mais prestigiosa: "O mal-estar na cultura" de 1930.

E, além do conceito de felicidade, Freud trata igualmente do sentimento de culpa, da civilização e outros temas. Reafirma Freud que os homens desejam na vida é a felicidade. Trata-se, por um lado, da obtenção de prazeres intensos, e, por outro, da ausência de sofrimento respectivamente.

E, Freud[5] ainda afirmou: "O que se chama felicidade no sentido mais estrito resulta da satisfação bastante súbita de necessidades fortemente postas em êxtase e, por sua natureza, é possível somente como fenômeno episódico".

O trabalho bem como o amor e o lazer estão igualmente relacionados com o conceito de felicidade. E, nunca se cogitou tanto em “qualidade de vida” o que influencia tantas empresas e órgãos públicos a investirem em programas de bem-estar destacando os variados benefícios, inclusive os financeiros. Pois é sabido, que o empregado feliz e motivado é capaz de maior produção e de melhor qualidade.

O que só reforça que o labor assume na vida moderna importância crucial, sendo campo nevrálgico para a ação humana e para construção da identidade pessoal.

Há alguns argumentos em contrário ao uso do termo “felicidade” em estudos científicos, preferindo-se o termo e conceito de “bem-estar”. Uma das advertências dirigidas aos que procuram mensurar a felicidade foi proferida por Jeremy Bentham in verbis:

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