Português, perguntado por HALANNAVieira, 6 meses atrás

I-ITERPRETAÇÃO TEXTUAL
OS RESISTENTES
Não sucumbi ao telefone celular. Não tenho e nunca terei um telefone celular.
Quando preciso usar um, uso o da minha mulher. Mas segurando-o como se fosse um
grande inseto, possivelmente venenoso, desconhecido da minha tribo.
Eu não saberia escolher a musiquinha que o identifica. Aquela que, quando toca,
a pessoa diz "é meu!", e passa a procurá-lo freneticamente, depois o coloca no ouvido,
diz "alo" várias vezes, aperta botões errado, desiste e desliga, para repetir toda a
função quando a musiquinha toca outra vez.
Não sei, a gente escolhe a musiquinha quando compra o celular?
Tem aí um Beethoven?
- Não. Mas temos as quatro estações de Vivaldi.
- Manda a primavera.
Porque a musiquinha do seu celular também identifica você. [...]. Você muitas vezes só sabe com quem
realmente está quando ouve o seu celular tocar, e o som do seu celular diz mais a seu respeito do que você
imagina. Se bem que, na minha experiência, a maioria das pessoas escolhe músicas galopantes [...] apenas
para já colocá-la no adequado espírito de urgência, ou pânico controlado, que o celular exige [...]
Não dá para negar que o celular é útil, mas no caso a própria utilidade é angustiante. O celular
reduziu as pessoas a apenas extremos opostos de uma conexão, pontos soltos no ar, sem contato com o chão.
Onde você se encontra tornou-se irrelevante, o que significa que em breve ninguém mais vai se encontrar. E
a palavra "incomunicável" perdeu o sentido. Estar longe de qualquer telefone não é mais um sonho
realizável de sossego e privacidade -- o telefone foi atrás.
Não tenho a menor ideia de como funciona o besouro maldito. E chega um momento em que cada nova
perplexidade com ele se torna uma ofensa pessoal, ainda mais para quem não entendeu bem como funciona
torneira.
Ouvi dizer que o celular destrói o cérebro aos poucos. Nos vejo - os que não sucumbiram, os últimos
resistentes como os únicos sãos num mundo imbecilizado pelo micro-ondas de ouvido, com os quais as
pessoas trocarão grunhidos pré-históricos, incapazes de um raciocínio ou de uma frase completa, mais ainda
conectados. Seremos poucos, mas nos manteremos unidos, e trocaremos informações. Usando sinais de
fumaça.
(Luís Fernando Veríssimo)
1) Após a leitura do texto, responda:
a) O autor do texto gosta de celular? Retire do texto um trecho que comprove sua resposta.
b) O autor diz que "Não dá pra negar que o celular é útil ". Cite algumas utilidades do celular.
c) Segundo o texto, qual a crítica aos usuários do telefone celular presente no último parágrafo?​

Soluções para a tarefa

Respondido por maguly
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A) Não, o autor do texto não gosta de celular. “Não sucumbi ao telefone celular. Não tenho e nunca terei um telefone celular. Quando preciso usar um, uso o da minha mulher. Mas segurando-o como se fosse um grande inseto, possivelmente venenoso, desconhecido da minha tribo.”

B) Bom, podemos usar o celular para fazer ligações de urgência e mandar mensagens rápidas, podemos ter controle de nossas finanças, filmar coisas com uma boa qualidade sem precisar comprar uma câmera separada (caso não precise de uma câmera nesse nível de qualidade), temos um bloco de notas e lembretes que nos notificam para lembrarmos de coisas que precisamos fazer, fazemos uso do gps também e etc.

C) O autor acha que isso vai destruir nosso cérebro aos poucos.
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