Houve uma ruptura entre mito e filosofia?
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O surgimento da filosofia se dá na Grécia, em VI a.e.c. (antes da era comum), num acontecimento que tomamos por um pequeno “milagre”, uma espécie de “salto de evolução” que chamamos a “passagem do mito à razão”. Numa época em que os deuses eram a explicação de tudo, passa-se a buscar explicações racionais para o mundo e as coisas do mundo. “Passagem do mito à razão”... Acho que valorizamos demais este acontecimento. Ele é antes uma passagem do mito ao mito. Do mito do conhecimento das forças divinas ao mito do conhecimento pelas forças da razão. Ambos, entretanto, têm a mesma origem: A imaginação.
Num momento se imagina que há deuses e forças divinas, no outro, que há “conhecimento verdadeiro”, que há “verdade” e que podem ser obtidos através da razão. Ambas as formas de tentativa de explicação do mundo, são apenas invenções da imaginação. Ambas são uma espécie de “conhecimento” e este tal conhecimento é ele mesmo uma invenção, uma espécie de sonho.
O pensamento racional e científico não seria, portanto, um "desmascarador" de mitos e substituto do pensamento mítico, mas pode ser capaz de reconhecer sua atualidade. Enquanto a astronomia, com suas descobertas, esvaziou os céus, antes povoados de deuses, a sociologia e a psicologia descobriram forças que se impõem ao pensamento e à vontade humana, e portanto, atuam e se manifestam de modo autônomo.
Se uma das características fundamentais do pensamento mítico é efetivamente a aceitação acrítica das narrativas e explicações que ele produz, será então extremamente difícil que uma sociedade reconheça seus próprios mitos como tais, pois isso significaria considerá-los de um ponto de vista crítico, de forma que eles passariam a ser vistos como mera ficção ou, se aceitos como verdadeiros, tornar-se-iam valores morais, religiosos ou éticos. Em qualquer caso, existe uma resistência individual e social a "desmascarar" o mito e a considerá-lo em seu caráter de linguagem simbólica.
Num momento se imagina que há deuses e forças divinas, no outro, que há “conhecimento verdadeiro”, que há “verdade” e que podem ser obtidos através da razão. Ambas as formas de tentativa de explicação do mundo, são apenas invenções da imaginação. Ambas são uma espécie de “conhecimento” e este tal conhecimento é ele mesmo uma invenção, uma espécie de sonho.
O pensamento racional e científico não seria, portanto, um "desmascarador" de mitos e substituto do pensamento mítico, mas pode ser capaz de reconhecer sua atualidade. Enquanto a astronomia, com suas descobertas, esvaziou os céus, antes povoados de deuses, a sociologia e a psicologia descobriram forças que se impõem ao pensamento e à vontade humana, e portanto, atuam e se manifestam de modo autônomo.
Se uma das características fundamentais do pensamento mítico é efetivamente a aceitação acrítica das narrativas e explicações que ele produz, será então extremamente difícil que uma sociedade reconheça seus próprios mitos como tais, pois isso significaria considerá-los de um ponto de vista crítico, de forma que eles passariam a ser vistos como mera ficção ou, se aceitos como verdadeiros, tornar-se-iam valores morais, religiosos ou éticos. Em qualquer caso, existe uma resistência individual e social a "desmascarar" o mito e a considerá-lo em seu caráter de linguagem simbólica.
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