História estranha Luis Fernando Verissimo Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete anos de idade. Está com quarenta, quarenta e poucos. De repente dá com ele mesmo chutando uma bola perto de um banco onde está a sua babá fazendo tricô. Não tem a menor dúvida que é ele mesmo. Reconhece a sua própria cara, reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena. Um dia ele estava jogando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e... O homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se enchem de lágrimas. Sente uma coisa no peito. Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para trás. O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta. Também se reconheceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos, como eu vou ser sentimental! Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.43 1. Observe o seguinte trecho: “Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros
O garoto se aborrece com o fato de que: a) Será pobre aos quarenta anos. b) Será solteiro aos quarenta anos. c) Será sentimental aos quarenta anos.
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C) será sentimental aos quarenta anos
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O que incomoda o protagonista é que c) Será sentimental aos quarenta anos, pois a sua reação ao encontrar-se consigo mesmo aos sete anos é emoção, como é explicado no texto.
Um homem emocionado
O eu-lírico do conto mostra o encontro do mesmo homem, em duas idades diferentes: com sete anos, no passado; e com quarenta e poucos, no presente. O homem e a criança se encontram, o homem se reconhece. Sua reação é emocionada, como fica claro nos exemplos:
- Seus olhos se enchem de lágrimas.
- Sente uma coisa no peito.
- O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer.
- Apenas abraça a si mesmo, longamente.
- Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para trás.
Ao perceber a reação do homem, a criança - tendo o reconhecido como si mesmo no futuro - se irrita, ao perceber que a reação do seu eu no futuro é ser sentimental.
Para saber mais sobre Luiz Fernando Veríssimo e seus contos: https://brainly.com.br/tarefa/38831128?referrer=searchResults
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