Ed. Física, perguntado por laisvieiramachado321, 9 meses atrás

História do caratê no Brasil

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Respondido por Konan3003
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Resposta:

Um dos muitos defeitos que se impinge ao povo brasileiro é a sua conhecida e propalada falta de memória. O nosso povo não lembra, às vezes, nem conhece, os grandes personagens da nossa história. Quem por acaso já ouviu falar de Tobias Barreto? Muitos pensarão tratar-se de um personagem bíblico diante do nome sugestivo.

Em verdade, Tobias foi um dos nossos maiores pensadores, que viveu no século XIX. Dentre inúmeros assuntos abordados por ele, com profundidade e um estilo inaudito, desponta a tentativa de modelar o caráter nacional do povo brasileiro (neste aspecto também se destacou Manoel Bonfim, cuja obra resta igualmente esquecida). O estudo e a análise de Tobias àquela época se nos mostraram tão atuais e embaraçosamente condizentes com a realidade atual, que nos vimos forçados a sintetizar o seu pensamento neste tocante, para estimular a reflexão do leitor.

A atualidade das lições de Tobias não se explica somente pela sua genialidade incontestável, mas também pelo fato de que o caráter humano (individual ou coletivo) é intemporal, os males sociais, preconceitos e vícios passam de geração a geração como um estigma, num processo cruel de contaminação social. Apesar do seu notório e confessado pessimismo, próprio de quem se dedicou a estudar profundamente uma sociedade primitiva e autoritária, Tobias Barreto deixou algumas notas certas sobre o possível caráter nacional do povo brasileiro. Uma delas, por exemplo, é a falta de espírito público entre nós, a ausência de pronunciado sentimento ou de sólidas instituições de solidariedade social. A opinião pública não é organizada, as correntes de opinião não se constituem para durar, fora dos indivíduos, sob a forma de partidos, de associações, de núcleos voluntários permanentes. Vivemos de personalismos, de nomes próprios, de egoísmos.

Os homens em geral estão habituados a tomar somente em alta consideração aquilo que diz respeito a seus interesses privados. O que se costuma designar pela expressão de interesse público não existe ainda nem mesmo no ânimo dos mais cultos, sob a forma de um grande sentimento que inspira a dedicação de cada um à causa de todos. Um pouco mais de dedicação à causa pública, um pouco mais de respeito e zelo; e ver-se-á como as coisas mudam... Quem não já ouviu dar e não deu por sua vez aos Estados Unidos o título de egoísta? Pois importa dizer que o título é incabível, se se atende que o espírito incansável deste povo, esta nobre faculdade do indivíduo combinar e harmonizar os seus com os interesses alheios, e concorrer assim para o bem geral, é o que há de mais oposto à idéia de egoísmo. Egoístas somos nós, por exemplo, é a nossa sociedade, onde as forças individuais não se agregam para formar qualquer todo, pelo receio que cada um tem de comprometer-se, trabalhando para os outros. Egoístas somos nós, é a nossa sociedade, onde os homens não dobram o sentimento da vida própria com o sentimento da vida comum.

O que mais salta aos olhos, o que mais fere as vistas ao observador, o fenômeno mais saliente da vida geral do País, é a falta de coesão social, o desagregamento dos indivíduos, alguma coisa que os reduz ao estado de isolamento absoluto, de átomos inorgânicos, quase podia dizer, de poeira impalpável e estéril. O nosso povo é amorfo e dissolvido, sem outro vínculo entre si, a não ser a comunhão da língua, dos maus costumes e do servilismo... Bem entendido: quando se trata do povo, no sentido elevado da expressão, e não, como sucede por exemplo entre nós, de um simples nome coletivo, que significa uma multidão de homens, como porcada quer dizer um grande número de porcos.

Essas são as notas que parecem permanentes no caráter nacional brasileiro, e que não escaparam à sagacidade de Tobias. Mas muitas outras foram por ele acrescentadas, como por exemplo: a mania de imitar outros povos e outras formas de governo, importando modelos políticos; a afilhadagem e o compadrio; o otimismo imediatista e a ausência de ideal, que nos leve, este último, a certa penúria moral e à falta de missão; o por-que-me-ufano-do-meu-país, que conduz a cantar os grandes rios e não os grandes homens etc.

Diante disso, devemos ter a coragem de reconhecer que a raiz do mal está em nós mesmos, na inconsistência da nossa índole, na nossa, pelo menos atual, incapacidade para as grandes organizações, para as conquistas reais e duradouras. Do contrário, sem esta penitência, a nação continuará a marcar passo na escala de desenvolvimento dos povos modernos.

Espero ter ajudado

Respondido por niumartir
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oipoioioij

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