historia de pedro malasartes os porcos do compadre? heeelllpppp :)
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No Brasil, Pedro Malasartes se tornou uma especie de Robin Hood tupiniquim. Adorado pelo sertanejo, que ovaciona suas histórias, este ícone que ficou, famoso graças a sua difusão na tradição oral, teve um conto muito interessante, com nuances de origem, escrito pelo grande folclorista brasileiro Luís da Câmara Cascudo:
Um casal de velhos possuía dois filhos homens, João e Pedro, este tão astucioso
e vadio que o chamavam Pedro Malazarte. Como era gente pobre, o filho mais velho
saiu para ganhar a vida e empregou-se numa fazenda onde o proprietário era rico
e cheio de velhacarias, não pagando aos empregados porque fazia contratos
impossíveis de cumprimento. João trabalhou quase um ano e voltou quase morto. O
patrão tirara-lhe uma tira de couro desde o pescoço até o fim das costas e nada
mais lhe dera. Pedro ficou furioso e saiu para vingar o irmão.
Procurou o
mesmo fazendeiro e pediu trabalho. O fazendeiro disse que o empregava com duas
condições; não enjeitar serviços e do que primeiro ficasse zangado tirava o
outro uma tira de couro. Pedro Malazarte aceitou.
No primeiro dia foi
trabalhar numa plantação de milho. O patrão mandou que uma cachorrinha o
acompanhasse. Só podia voltar quando a cachorra voltasse para casa. Pedro meteu
o braço no serviço até meio-dia. A cachorrinha deitada na sombra nem se mexia.
Vendo que era combinação Malazarte largou uma paulada na cachorra que esta saiu
ganindo e correu até o alpendre da casa. O rapaz voltou e almoçou. Pela tarde
nem precisou bater na cachorra. Fez o gesto e o bicho voou no caminho.
No
outro dia o fazendeiro escolheu outra tarefa. Mandou-o limpar a roça de
mandioca. Pedro arrancou toda plantação, deixando o terreno completamente limpo.
Quando foi dizer ao patrão o que fizera este ficou feio.
- Zangou-se, meu
amo?
- Não senhor, - respondeu o patrão.
No outro dia disse que Pedro
trouxera o carro de bois carregado de pau sem nós. Malazarte cortou quase todo o
bananal, explicando que bananeira é pau que não tem nó. O patrão ficou frio:
- Zangou-se, meu amo?
- Não senhor.
No outro dia mandou-o levar o
carro, com a junta de bois, para dentro de uma sala numa casinha perto, sem
passar pela porta. E para melhor atrapalhar, fechou a porta e escondeu a chave.
Malazarte agarrou um machado e fez o carro em pedaços, matou os bois,
esquartejou-os e sacudiu, carnes e madeiras, pela janela, para dentro da sala. O
patrão, quando viu, ficou preto:
- Zangou-se, meu amo?
- Não senhor.
Mandou vender na feira um bando de porcos. Malazarte levou os porcos, cortou
as caudas e vendeu-os todos por um bom preço. Voltando enterrou os rabinhos num
lamaçal e chegou em casa gritando que a porcada esta atolada no lameiro. O
patrão foi ver e deu o desespero. Malazarte sugeriu cavar com duas pás. Correu
para casa e pediu à dona que lhe entregasse dois contos de réis. A velha não
queria mas o rapaz para certificá-la, perguntava ao patrão por gestos se devia
levar um ou dois, e mostrava os dedos. Ante aos gritos do amo, a velha entregou
o dinheiro ao Pedro. Voltou para o lameiro e começou a puxar a cauda de cada
porco que dizia estar enterrado. Ia ficando com todas na mão. O patrão ficou
suando mas não deu mostras de zanga. E Pedro ainda negou que tivesse recebido
dinheiro.
Vendo que ficava pobre com aquele empregado, o fazendeiro resolveu
matá-lo o mais depressa possível, de um modo que não o levasse à justiça. Disse
que andava um ladrão rondando o curral e deviam vigiar, armados, para prender ou
afugentar a tiros. A idéia era atirar em Malazarte e dizer que se tinha
enganado, supondo-o um malfeitor. De noite o fazendeiro foi para o curral e
Pedro devia substituí-lo ao primeiro cantar do galo. Quando o galo cantou,
Malazarte acordou a velha e disse que o marido a esperava no curral, e que
levasse a outra espingarda, porque ele, Pedro, ia fazer o cerco pelo outro lado.
A velha apanhou a carabina e foi, sendo morta pelo fazendeiro com um tiro certo
de que abatia, pelo vulto, o atrevido criado. Assim que a velha caiu, Pedro
apareceu chorando e acusando o amo. Este, assombrado pagou muito dinheiro para
não haver conhecimento da justiça e ofereceu ainda mais dinheiro se o Malazarte
se fosse embora, sem mais outra proeza. O rapaz aceitou e voltou rico para casa
dos pais.
Um casal de velhos possuía dois filhos homens, João e Pedro, este tão astucioso
e vadio que o chamavam Pedro Malazarte. Como era gente pobre, o filho mais velho
saiu para ganhar a vida e empregou-se numa fazenda onde o proprietário era rico
e cheio de velhacarias, não pagando aos empregados porque fazia contratos
impossíveis de cumprimento. João trabalhou quase um ano e voltou quase morto. O
patrão tirara-lhe uma tira de couro desde o pescoço até o fim das costas e nada
mais lhe dera. Pedro ficou furioso e saiu para vingar o irmão.
Procurou o
mesmo fazendeiro e pediu trabalho. O fazendeiro disse que o empregava com duas
condições; não enjeitar serviços e do que primeiro ficasse zangado tirava o
outro uma tira de couro. Pedro Malazarte aceitou.
No primeiro dia foi
trabalhar numa plantação de milho. O patrão mandou que uma cachorrinha o
acompanhasse. Só podia voltar quando a cachorra voltasse para casa. Pedro meteu
o braço no serviço até meio-dia. A cachorrinha deitada na sombra nem se mexia.
Vendo que era combinação Malazarte largou uma paulada na cachorra que esta saiu
ganindo e correu até o alpendre da casa. O rapaz voltou e almoçou. Pela tarde
nem precisou bater na cachorra. Fez o gesto e o bicho voou no caminho.
No
outro dia o fazendeiro escolheu outra tarefa. Mandou-o limpar a roça de
mandioca. Pedro arrancou toda plantação, deixando o terreno completamente limpo.
Quando foi dizer ao patrão o que fizera este ficou feio.
- Zangou-se, meu
amo?
- Não senhor, - respondeu o patrão.
No outro dia disse que Pedro
trouxera o carro de bois carregado de pau sem nós. Malazarte cortou quase todo o
bananal, explicando que bananeira é pau que não tem nó. O patrão ficou frio:
- Zangou-se, meu amo?
- Não senhor.
No outro dia mandou-o levar o
carro, com a junta de bois, para dentro de uma sala numa casinha perto, sem
passar pela porta. E para melhor atrapalhar, fechou a porta e escondeu a chave.
Malazarte agarrou um machado e fez o carro em pedaços, matou os bois,
esquartejou-os e sacudiu, carnes e madeiras, pela janela, para dentro da sala. O
patrão, quando viu, ficou preto:
- Zangou-se, meu amo?
- Não senhor.
Mandou vender na feira um bando de porcos. Malazarte levou os porcos, cortou
as caudas e vendeu-os todos por um bom preço. Voltando enterrou os rabinhos num
lamaçal e chegou em casa gritando que a porcada esta atolada no lameiro. O
patrão foi ver e deu o desespero. Malazarte sugeriu cavar com duas pás. Correu
para casa e pediu à dona que lhe entregasse dois contos de réis. A velha não
queria mas o rapaz para certificá-la, perguntava ao patrão por gestos se devia
levar um ou dois, e mostrava os dedos. Ante aos gritos do amo, a velha entregou
o dinheiro ao Pedro. Voltou para o lameiro e começou a puxar a cauda de cada
porco que dizia estar enterrado. Ia ficando com todas na mão. O patrão ficou
suando mas não deu mostras de zanga. E Pedro ainda negou que tivesse recebido
dinheiro.
Vendo que ficava pobre com aquele empregado, o fazendeiro resolveu
matá-lo o mais depressa possível, de um modo que não o levasse à justiça. Disse
que andava um ladrão rondando o curral e deviam vigiar, armados, para prender ou
afugentar a tiros. A idéia era atirar em Malazarte e dizer que se tinha
enganado, supondo-o um malfeitor. De noite o fazendeiro foi para o curral e
Pedro devia substituí-lo ao primeiro cantar do galo. Quando o galo cantou,
Malazarte acordou a velha e disse que o marido a esperava no curral, e que
levasse a outra espingarda, porque ele, Pedro, ia fazer o cerco pelo outro lado.
A velha apanhou a carabina e foi, sendo morta pelo fazendeiro com um tiro certo
de que abatia, pelo vulto, o atrevido criado. Assim que a velha caiu, Pedro
apareceu chorando e acusando o amo. Este, assombrado pagou muito dinheiro para
não haver conhecimento da justiça e ofereceu ainda mais dinheiro se o Malazarte
se fosse embora, sem mais outra proeza. O rapaz aceitou e voltou rico para casa
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