HISTÓRIA 9) (CEM OPERÁRIA I) A Lei 10.639/2003 que estabelece o ensino da História da África e da Cultura afro-brasileira e a Lei 11.645/2008 que dá a mesma conotação à temática indígena, são leis afirmativas, no sentido de que reconhecem a escola como lugar da formação de cidadãos e afirmam a relevância de a escola promover a necessária valorização das matrizes culturais que fizeram do Brasil o país rico, múltiplo e plural que somos. "Trabalhar a História africana e afro-brasileira nas escolas é um forte aliado no combate ao racismo. Pois nos leva conhecer os alicerces da nossa sociedade fortemente construídos com estruturas racistas e nos desperta a termos uma Consciência Negra, que nada mais é do que reconhecer que o racismo existe e desse racismo brota inúmeras situações que indignificam, marginalizam depreciam, inferiorizam pessoas negras. Ter Consciência Negra não nos leva somente a percebermos a existência do racismo e suas consequências, mas acima de tudo lutar por mecanismos legais para dissolver essa estrutura racista na qual a sociedade brasileira foi fundada". Os conteúdos determinados pelas leis 10639 e 11645 ainda não são trabalhadas de forma devida nas escolas, apesar de serem tão importantes pois nos ensinam a: *
A) Perceber o no Brasil não há racismo.
B) Que o racismo existe, que o Brasil foi construído com estruturas racistas, estruturas essas que marginalizam, indignificam e depreciam pessoas negras.
C) Ter consciência Negra não se faz necessário no Brasil, visto que racismo não existe.
D) Ter Consciência negra é reconhecer que não se faz necessário dissolver essa estrutura racista na qual a sociedade brasileira foi fundada.
E) A escola em nada pode contribuir no enfrentamento do racism
Soluções para a tarefa
Resposta:
O ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil sempre foi lembrado nas aulas de História com o tema da escravidão negra africana. No presente texto pretendemos esboçar uma reflexão acerca da Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.
Uma primeira reflexão que devemos fazer é sobre a palavra escravo, que foi sempre atribuída a pessoas em determinadas condições de trabalho. Portanto, a palavra escravo não existiria sem o significado do que é o trabalho e das condições para o trabalho.
Quando nos referimos, em sala de aula, ao escravo africano, nos equivocamos, pois ninguém é escravo – as pessoas foram e são escravizadas. O termo escravo, além de naturalizar essa condição às pessoas, ou seja, trazer a ideia de que ser escravo é uma condição inerente aos seres humanos, também possui um significado preconceituoso e pejorativo, que foi sendo construído durante a história da humanidade. Além disso, nessa mesma visão, o negro africano aparece na condição de escravo submisso e passivo.
A Lei 10.639/03 propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana. Por exemplo, os professores devem ressaltar em sala de aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
Com a Lei 10.639/03 também foi instituído o dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), em homenagem ao dia da morte do líder quilombola negro Zumbi dos Palmares. O dia da consciência negra é marcado pela luta contra o preconceito racial no Brasil. Sendo assim, como trabalhar com essa temática em sala de aula? Os livros didáticos já estão quase todos adaptados com o conteúdo da Lei 10.639/03, mas, como as ferramentas que os professores podem utilizar em sala de aula são múltiplas, podemos recorrer às iconografias (imagens), como pinturas, fotografias e produções cinematográficas.