História 3 Fale sobre Niede Guidon
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Resposta:A arqueóloga Niède Guidon é defensora ferrenha da Serra da Capivara, no Piauí. Foi ela que descobriu, lá, na década de 1970, as pinturas rupestres mais importantes dos primeiros seres humanos a habitarem o Brasil e uma das maiores coleções desse tipo de arte no mundo
Explicação:
Resposta:Em 1973, a brasileira Niède Guidon, então pesquisadora do Centre National de La Recherche Scientifique (CNRS) em Paris, era assistente da grande arqueóloga francesa Annete Emperaire, que procurava vestígios do homem mais antigo das Américas. Annete já havia estado na Patagônia e, em solo brasileiro, seu maior interesse era a região de Lagoa Santa, nos arredores de Belo Horizonte, onde se acreditava estarem os resquícios mais antigos de ocupação humana em terras nacionais. “Detesto essa pesquisa para ver quem é o mais antigo. Gosto do Piauí por causa das pinturas (rupestres), que são muito bonitas”, disse então Niède a Annete. “Preparo tudo para você ir a Lagoa Santa, mas vou para o Piauí.” Foi e nunca mais saiu da região de São Raimundo Nonato, no sudeste do estado. Para sua surpresa, além de incontáveis manifestações de arte pré-histórica em mais de mil sítios arqueológicos descobertos, deparou – que ironia – justamente com o que dizia tanto odiar: indícios de presença humana no Nordeste muito mais antigos do que jamais alguém esperaria achar.
Segundo Niède, o material arqueológico resgatado até agora no Piauí – alvo de controvérsias entre os estudiosos – indica que o homem chegou à região há cerca de 100 mil anos. A pesquisadora acredita que o Homo sapiens deve ter vindo da África por via oceânica, atravessando o Atlântico. Houve uma grande seca na África e o homem teria ido para o mar procurar comida. Tempestades o empurraram oceano adentro. “O mar estava então 140 metros abaixo do nível de hoje, a distância entre a África e a América era muito menor e havia muito mais ilhas”, disse Niède, hoje com 75 anos, na palestra que fez no dia 11 de maio no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, para a programação cultural da exposição científica Revolução genômica. As teses de Niède se chocam com a arqueologia mais tradicional, dominada pela visão dos norte-americanos, que situam a chegada do homem nas Américas há cerca de 13 mil anos, vindo da Ásia via estreito de Bering.
Em sua apresentação, Niède fez um resumo dos 36 anos dos trabalhos científicos e de preservação cultural e ambiental desenvolvidos no Parque Nacional Serra da Capivara, criado em 1979 e considerado patrimônio cultural da humanidade pela Unesco. Começou falando da localização geográfica do parque, que compreende uma área de 129 mil hectares administrada pela Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), entidade criada (em 1986) e presidida até hoje por Niède. O parque é vizinho de outro, de nome auto-explicativo, que fica à sua direita, o Parque Nacional da Serra das Confusões, com área de 516 mil hectares. “Na realidade, sempre quisemos que a serra da Capivara e a serra das Confusões formassem um só parque”, afirmou. A idéia não vingou devido à cobiça de políticos e grandes empresários que conseguiram doações, desmataram uma parte da região e separaram os dois parques, segundo a arqueóloga.
Os cortes nas verbas federais, que obrigaram à demissão de muitos funcionários, deixam todo o patrimônio natural do parque à mercê de uma exploração sem limites. “Algumas espécies desapareceram totalmente e os caçadores ultimamente estão ganhando a parada”, comentou Niède, que precisa de meros R$ 400 mil reais por mês para tocar o parque com o número adequado de funcionários. “Quando comecei a trabalhar na região, não andava 10 minutos sem ver um tamanduá-bandeira. Hoje, em toda a área do parque, temos somente três.” Também faltam especialistas para estudar alguns animais da serra da Capivara, como os insetos. No caso dos fungos, que muita gente julgava inexistentes na Caatinga, uma pesquisadora está se dedicando ao seu estudo. Fungos exuberantes, com até 80 centímetros de diâmetro, já foram encontrados na região. Na área de botânica, várias espécies novas foram descobertas, inclusive de árvores com mais de 8 metros de altura.
Explicação:Os achados arqueológicos de Guidon levam a crer que o povoamento do continente americano se deu muito antes do que se acredita. ... O seu trabalho resultou em mais de 1,3 mil descobertas de sítios arqueológicos e centenas de fósseis na região da caatinga.