Havia no extremo Oriente uma muralha de mistério. Poucos eram os que dela se aproximavam. De quando em quando, alguém mais ousado que os demais conseguia se aproximar da muralha e começava a escalá-la. Não era fácil subir até o topo, mas alguns perseveravam. Aqueles que alcançavam o topo e olhavam para o outro lado eram vistos sorrindo e, em seguida, ultrapassavam a muralha e nunca mais eram vistos. Depois de um tempo, os habitantes daquele país aprenderam a reconhecer os sinais de que alguém estava se aproximando da muralha. Os olhos daquela pessoa determinada começavam a atravessar as coisas, visando o infinito no horizonte. Ela se mostrava ensimesmada e, com frequência, não respondia às perguntas que lhe faziam. Parecia absorta em outras questões que os homens a seu redor não conseguiam compreender. As pessoas do lugar começaram a ficar cada vez mais curiosas. Embora não quisessem arriscar-se a subir a muralha, desejavam muito saber o que havia do outro lado. Muitos começaram a confabular entre si. Assim, na próxima vez em que notaram alguém de olhos fixos e com aparência de visão interior, trouxeram correntes e o aguardaram junto da muralha. Quando o jovem começou a subir, agarraram seus pés e os acorrentaram. Ainda assim, ele continuou subindo, e finalmente chegou ao topo da muralha. Então, olhou para o outro lado e sorriu, exatamente como os outros haviam sorrido – um sorriso enlevado. Os homens ao pé da muralha, tomados de curiosidade, puxaram as correntes e o trouxeram de volta. Ansiosos, começaram a fazer-lhe perguntas. Como era o outro lado? Mas nenhuma de suas perguntas foi respondida. Quando os pés do jovem voltaram a tocar o solo, ele havia perdido o dom da fala. A partir do texto acima e dos conhecimentos adquiridos ao longo do ano, responda as questões abaixo: 1 – Filosoficamente falando, o que a “muralha misteriosa” representa? 2 – Em que sentido aqueles que atravessavam a muralha podem ser comparados ao filósofo? 3 – O que quer dizer que “os olhos daquela pessoa determinada começavam a atravessar as coisas, visando o infinito no horizonte”? 4 – Por que a maior parte das pessoas não quiseram arriscar-se a subir a muralha? Em que sentido é necessário ter ousadia para atravessar a “muralha misteriosa”? 5 – Que sentido você atribui à perda do dom da fala por parte do jovem que subiu a muralha? Existem experiências tão profundas que não podem ser comunicadas? Quais?
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1- a muralha misteriosa representa a barreira entre a ignorância e o senso crítico, ou o exercício de filosofar, e enxergar as coisas com mais clareza 2- aqueles que atravessaram a muralha são aqueles que sentem sede de saber e não se sentem acomodados. 3- os olhos perseverantes que caracterizavam as pessoas corajosas, mostram que elas olham muito além do que as coisas no plano físico ou o que está em baixo do nariz, mas sim o que tem por trás delas, e o sentido das mesmas. 4- a maioria não queria se arriscar a atravessar a muralha, já que viviam estagnados no comodismo de suas vidas e da ignorância, que de certa forma é confortável e menos trabalhoso. 5- o jovem perdeu o dom da fala pois não existe explicação ou palavras que descrevam o outro lado da muralha, já que o outro lado só pode ser descoberto por aqueles que sobem e o veem, sendo impossível contar como é ou ouvir como é.
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