Haja terapia
Há algo de calmo e de raso nesse leito profundo
Têm dias que o sal atravessa as paredes do mundo
A água em desnível acentua o relevo das horas
E um traço contínuo vai misturando o gosto das auroras
Roa e rebento
Às vezes a vida é uma estrada sem acostamento
Têm dias que o sol estilhaça as vidraças da sala
Eu tenho tentado escutar as palavras que você não fala
O cabide de roupas no quarto parece um espantalho
É só mais um ato falho
O demônio lunático pousa sobre a catedral em chamas
Aprendi a reconhecer a serpente pelo dourado das escamas
Metade das coisas que ele diz não faz o menor sentido
E a outra metade, eu preferia mesmo era nem ter ouvido
Já era pra ter saído
Mas há algo de flor e de asfalto nesses tempos encardidos
A peça já está no seu terceiro ato e os atores estão bem perdidos
Não sei em que altura da estrada a gente perdeu a poesia
Encontrei a metáfora mais clara que hoje me caberia
Pra evitar azia
Me vesti com as paredes de casa enquanto o lobo soprava lá fora
Têm dias que o tempo desgarra, e têm tempos que o dia demora
Abri a janela sabendo que o vento não me derrubaria
Eu tenho tentado fugir das notícias do dia
Haja terapia!
(Juliano Holanda)
01) Justifique o título dado à canção acima:
02) Observe que o título é "Haja terapia" e o verbo HAVER, nessa mesma conjugação, é usado também em outras expressões populares, como no jargão futebolístico "Haja coração!". A partir dessa comparação, explique que sentimento teria o eu lírico ao usar tal frase:
03) Copie do primeiro verso três adjetivos, explicando que efeito eles causam ao texto:
04) Transcreva da música uma expressão usada no sentido conotativo:
05) Localize na canção uma metáfora, explicando-a:
06) Identifique na música dois exemplos de personificação, justificando sua resposta:
07) Copie do texto um paradoxo, explicando bem o seu ponto de vista:
08) Explique o que a dupla "flor e asfalto" sugere para você:
09) Encontre no texto uma comparação, explicando-a da melhor maneira possível:
10) Transcreva da canção uma passagem que revela nítida sensação de falta de entendimento, levantando hipóteses para que isso ocorra:
11) O que seriam "tempos encardidos"? Como solucionar isso?
12) Localize no texto um numeral, classificando-o e explicando a sua função para o contexto:
13) A que metáfora o eu lírico se refere na quarta estrofe?
14) Por que todas as estrofes são finalizadas com versos mais curtos? O que isso pode estar representando, pelo contexto?
15) No começo da segunda estrofe, afirma-se que "Às vezes a vida é uma estrada sem acostamento". Considerando esse verso e a analogia feita, responda:
a) Qual a função de um acostamento em uma estrada?
b) Em que sentido pode-se afirmar isso sobre a vida?
c) Qual a importância semântica do uso da locução adverbial no trecho citado?
d) Justifique o uso dessa expressão, considerando o tema do texto:
16) Que mensagem a música transmite? Comente:
17) Você também tem tentado fugir das notícias do dia? Por quê?
18) De que maneira a terapia pode ajudar neste momento ainda de pandemia? Explique bem:
19) Copie do texto duas fortes marcas de oralidade:
20) Transcreva da canção um trocadilho, mencionando a sua carga semântica:
21) Que sentimento se pode perceber no último verso da música? Ele corresponde ou não a uma interjeição? Por quê?
22) Observe o primeiro verso da última estrofe e sobre ele responda:
a) A que história infantil famosa ele remete? Como você descobriu isso?
b) Quem você acha que seria o lobo, pelo contexto?
c) O que o eu lírico desejava ao se vestir com as paredes da casa? Isso realmente bastaria?
d) O verbo "vestir" foi empregado no sentido denotativo ou conotativo? Explique:
23) Diga a que classe gramatical pertence cada uma das palavras sublinhadas no texto, respectivamente:
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Resposta:
letra (d ) e a serta resposta
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