Geografia, perguntado por vanessamadureira550, 8 meses atrás

Há quanto tempo a população africana é usada como cobaia para testes de novos medicamentos? E por que isso acontece?

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Respondido por guilherme1303
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Resposta:

A Pfizer, giganteca multinacional do setor farmacêutico, está sendo processada criminalmente pelo governo nigeriano por testes clínicos com conseqüências altamente nocivas. Em 1996, durante uma epidemia de meningite em Kano, Nigéria, 200 crianças doentes foram objeto dos testes de uma nova droga da Pfizer,o Trovan.

A metade delas foi tratada com o Trovan. A outra com um medicamento concorrente do qual foram aplicadas doses abaixo do necessário, com o objetivo de se garantirem resultados inferiores.

Detalhe: a Pfizer não informou aos paíi das crianças que se tratava de um teste,  embora sabendo que o Trovan apresentava efeitos colaterais prejudiciais à saúde e poderia ser impróprio para uso humano, nem que existia um produto comprovado e relativamente barato, o clorofenicol.

Em sua defesa, a Prfizer alega que o estudo clínico do Trovan foi aprovado, conforme carta assinada pela comissão de ética do hospital onde os testes se realizaram, o que era estranho, já que esse hospital não tem comissão de ética...

Informa também que o Trovan estava no último estágio do seu desenvolvimento, havendo “provas científicas de que daria um tratamento seguro”.

Nem tanto, uma vez que muitas das crianças-cobaia morreram ou sofreram danos permanentes como cegueira, surdez e paralisia. Graças ao sacrificio das crianças africanas, o Trovan nunca foi aprovado para uso das crianças americanas.

Para adultos, foi, porém, só até 1997, quando repetidos casos de morte e danos ao fígado forçaram sua proibição total.

Este trágico desrespeito à pessoa humana não é único na África e em alguns países asiáticos pobres. Muito pelo contrário.

Na Tailândia, por exemplo, uma droga potencialmente eficaz contra dores, o dipirone, foi testada inclusive em crianças de 4 a 7 anos. Muito grave, pois o dipirone foi banido em mais de 10 países, sendo seu uso severamente restringido em 10 outros devido a efeitos colaterais potencialmente fatais. Pelo menos dois desses testes foram patrocinados pela alemã Hoescht, líder mundial na produção de dipirone.

Em 2005, a Nigéria suspendeu os testes com o Tenofovir, um antibiótico usado no tratamento da Aids, devido a graves problemas éticos constatados durante sua realização. O mesmo aconteceu no Cameron. Aqui, as participantes, todas de língua francesa e muitas analfabetas, receberam informações, por escrito e em inglês, sobre os riscos envolvidos e seus direitos, o que viciou a adesão ao teste. Os problemas não foram corrigidos e os experimentos – de responsabilidade do laboratório americano Gilead Sciences – prosseguiram no Cambodja, Botsuana, Malavi e Gana.

espero ter ajudado!!!

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