Sociologia, perguntado por Usuário anônimo, 10 meses atrás

Há muito tempo, a cultura escolar se configura a partir de uma ênfase na igualdade, em detrimento de se considerar igualmente a diferença. Isto tem significado, entre outros aspectos, a hegemonia da cultura ocidental europeia na escola (seja no currículo, na didática, na arquitetura, nos tempos ou nos mais diversos elementos do cotidiano), e a ausência de outras vozes. No entanto, como se pode ler no livro-texto, este é um desafio que tem sido enfrentado. São diversos os movimentos sociais atualmente, especialmente de caráter identitário, que têm tensionado a cultura escolar consagrada, apresentando propostas das mais diversas para que os saberes populares tenham mais presença e os estereótipos (sociais, étnicos ou de gênero) sejam mais questionados.

O desafio, mesmo assim, ainda é grande. A escola tem uma tradição cultural particular, associada a uma cultura de elite como referência. Esta é uma definição arbitrária, uma vez que não há lógica ou razão para esta associação, já que todas as outras culturas também apresentam seus próprios saberes e tradições. Desta forma, a escola tradicionalmente foi muito mais acessível para as pessoas que compartilham, em casa, desde o berço, a cultura da escola. As pessoas que têm outras trajetórias, além de precisarem de um esforço ainda maior, muitas vezes não conseguem encontrar sentido na escola e na cultura escolar. A escola precisa se reinventar para que estes diversos grupos culturais, que antes não estavam lá, encontrem na escola uma possibilidade de crescimento.

Imagine que você começou a trabalhar como professor(a) de quinto ano em uma escola pública rural, frequentada por uma comunidade trabalhadora e de raça e etnia variada (branca, negra e indígena). Você sentiu que antes de iniciar o planejamento de seu ano, seria importante retomar alguns conceitos trabalhados em sua formação. Desta forma, você resolveu começar o planejamento com duas perguntas para si mesmo: “De quem são os conhecimentos que eu vou ensinar este ano?” “Quem se beneficia e quem é silenciado quando ensino estas coisas da forma tradicional?" Para desenvolver essas suas provacações, você resolveu estruturar sua linha de pensamento em dois tópicos:

1) Escrever um parágrafo explicando por que essas duas perguntas podem ser importantes para o planejamento.
2) Sugerir ainda uma terceira pergunta que seria importante de se fazer para si mesmo.

Soluções para a tarefa

Respondido por lineyes
5

Resposta:

De quem são os conhecimentos que eu vou repassar este ano?"

O professor deve perceber que cada saber pertence a um grupo particular e entender a mediação que fará à sua comunidade escolar sobre esse saber específico.

“Quem se beneficia e quem é silenciado quando ensino estas coisas da forma tradicional?”

Esta é uma pergunta que ajuda o professor a apontar, também, quem é silenciado, ou seja, os grupos cujos saberes acabam não chegando na escola, desafiando o educador a aprofundar e complexificar seu trabalho. Ainda, aponta não apenas para o saber, mas para a didática, desafiando o professor a refletir sobre como a forma de se trabalhar com o aluno também é culturalmente constituída, podendo ser alterada.

"Que outras possibilidades eu tenho de trabalhar o mesmo tema de forma mais justa e eficiente para essa turma?"

Para além da problematização essencial, o professor poderia, ainda, ser provocado a agir, transformando o currículo de acordo com a cultura de sua comunidade, pensando tanto no que é justo para o aluno como no que melhor servirá para que ele aprenda os conteúdos.

Explicação:

Respondido por grongas
4

Resposta:

PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO

"De quem são os conhecimentos que eu vou repassar este ano?"

O professor deve perceber que cada saber pertence a um grupo particular e entender a mediação que fará à sua comunidade escolar sobre esse saber específico.

“Quem se beneficia e quem é silenciado quando ensino estas coisas da forma tradicional?”

Esta é uma pergunta que ajuda o professor a apontar, também, quem é silenciado, ou seja, os grupos cujos saberes acabam não chegando na escola, desafiando o educador a aprofundar e complexificar seu trabalho. Ainda, aponta não apenas para o saber, mas para a didática, desafiando o professor a refletir sobre como a forma de se trabalhar com o aluno também é culturalmente constituída, podendo ser alterada.

"Que outras possibilidades eu tenho de trabalhar o mesmo tema de forma mais justa e eficiente para essa turma?"

Para além da problematização essencial, o professor poderia, ainda, ser provocado a agir, transformando o currículo de acordo com a cultura de sua comunidade, pensando tanto no que é justo para o aluno como no que melhor servirá para que ele aprenda os conteúdos.

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