História, perguntado por Namari89, 7 meses atrás

há alguma relação entre a ciência racialista e o racismo?​

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Respondido por LasanhaMediterrania
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Resposta:O tamanho do cérebro define as raças “inferiores”. É nessa estupidez “médica” (como veremos detalhadamente mais abaixo) que residem as origens do “racismo científico” (do princípio do século XIX). Se até hoje vemos manifestações racistas em todas as classes sociais no Brasil é porque existem idiótes herdeiros dessa tese absurda que nunca ficou (nem nunca seria) comprovada: que os europeus e os norte-americanos brancos (“os superiores”) teriam o cérebro maior que o das outras raças, “as inferiores”.

E se as redes sociais estão servindo de instrumento para os impulsos racistas (como os que ocorreram contra Taís Araújo) é porque, como disse o filósofo Umberto Eco, “elas deram voz [inclusive] aos imbecis”, que antes já eram preconceituosos, mas não tinham um alto-falante digital para gritar para o mundo suas crenças descabeladas e infundadas.

A razão central do racismo descansa numa utilidade econômica. No século XIX a Europa (Inglaterra, acima de tudo) se converteu no centro do capitalismo industrial nascente. No campo das ciências (e da tecnologia) os progressos eram tangíveis. James Hargreaves, Richard Arkwrigth e James Watt já tinham inventado suas máquinas de tear quando a Inglaterra deliberou (em virtude das suas vantagens econômicas e competitivas) ser a “dona do mundo”. Nesse mesmo período inúmeras ideias racistas já perturbavam as almas dos europeus. Incontáveis filósofos, cientistas e escritores desenvolveram ou apoiaram iniciativas ou pensamentos que procuravam legitimar a exploração em massa dos trabalhadores em geral e dos negros em particular, cujo status os tornavam vulneráveis à tortura, mutilação, encarceramento injusto e até mesmo ao extermínio (nos encontramos aqui com a doutrina do homo sacer, de Agamben[1], ou seja, pessoas que podem ser aniquiladas impunemente).

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