Há 5 mil anos, um pequeno grupo de pescadores japoneses, habitantes da ilha de Kyushu, no sul do Japão, se perdeu em alto-mar após uma tempestade. Semanas depois, levados pelas correntes marítimas que formam uma rota em círculo entre o Japão e o norte da América do Sul, os pescadores teriam aportado no litoral do Equador. Após um período de mútua adaptação, os viajantes japoneses ensinaram a manufatura cerâmica para a população local. Parece enredo de livro de aventura, mas, para os formuladores da teoria de migração transpacífica, os primeiros ceramistas americanos, treinados pelos orientais, foram os responsáveis por espalhar a nova tecnologia pelo Novo Mundo, por meio do processo chamado de difusão cultural, que consiste na transmissão do conhecimento de uma sociedade para outra. Para quem não é arqueólogo, provavelmente o primeiro pensamento após a leitura do parágrafo anterior será "essa viagem poderia de fato ter acontecido?". Na verdade, toda a teoria engloba diversos aspectos problemáticos, proporcionais à odisséia que narra, e o efetivo sucesso da viagem é apenas um deles. Vários pesquisadores argumentam que a possibilidade técnica de uma viagem entre o litoral japonês e o equatoriano, 5 mil anos atrás, é praticamente nula, em razão da dificuldade de navegação em mar aberto, das condições climáticas ao longo da rota proposta, das baixas temperaturas, ou simplesmente da ausência de evidências arqueológicas atestando que populações dos períodos Jomon Antigo e Médio possuíam embarcações capazes de suportar tal jornada. Todavia, viagens oceânicas não foram totalmente inviáveis naquela época. Pesquisas baseadas em antigos textos chineses indicam, por exemplo, que a tecnologia náutica na China era mais sofisticada que a japonesa, contando inclusive com barcos de maior porte. Além disso, correntes marítimas que fluem a partir das Filipinas possibilitariam, de fato, a navegação entre o sul da Ásia e o litoral norte da América do Sul. A própria criadora da teoria da migração transpacífica, Betty Meggers, apresenta a expedição do barco Yasei-go III como exemplo concreto de uma viagem oceânica entre Japão e América do Sul com o intuito de rebater críticas à tese. Se tais viagens aconteceram no passado, isso não comprova que a cerâmica Valdivia, encontrada em sítios do litoral norte do Equador, com datações entre 5000 e 3000 anos, seja uma derivação da Jomon, nem que a tecnologia oleira foi introduzida nas Américas. Elisangela Regina de Oliveira (texto adaptado) Revista Scientific American Brasil, Amazônia, nº 1, 2008. Questão: 8 de 12. Tomando o sentido usual da palavra ''odisséia'', pode-se deduzir que os aspectos problemáticos da teoria de migração transpacífica são (a) insignificantes , já que a palavra ''odisséia'' alude a viagens irrelevantes. (b) complexos, já que a palavra ''odisséia'' alude a viagens grandiosas. (c) insolúveis, já que a palavra ''odisséia'' alude a viagens secretas. (d) intrigantes, já que a palavra ''odisséia'' alude a viagens misteriosas. (e) complicados, já que a palavra ''odisséia'' alude a viagens imaginárias.
Soluções para a tarefa
Resposta:
(d) intrigantes, já que a palavra ''odisséia'' alude a viagens misteriosas.
Explicação:
ESPERO TER AJUDADO
me segue aí para que eu possa te ajudar quando vc precisar.
MELHOR RESPOSTA
A resposta correta é a alternativa "D", pois a palavra "odisseia" alude a viagens intrigantes, já que a palavra indica viagens misteriosas. E é sobre uma viagem misteriosa que o texto nos faz refletir, pois a viagem, contada no texto, dos pescadores japoneses é questionável, algo que talvez nem tenha sido realizada perante a sua dificuldade da época.
O que é uma viagem marítima?
Uma viagem marítima se caracteriza por seu percurso ser realizado através de embarcações nos oceanos. No passado, estas viagens foram de extrema importância para que o homem descobrisse todos os territórios existentes no planeta Terra.
Saiba mais sobre viagem marítima: brainly.com.br/tarefa/22871723
#SPJ2