História, perguntado por rayssaporto2003, 10 meses atrás

guerra da vacina e seu final

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Respondido por giselle3190
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Compartilhar: No dia 16 de novembro de 1904 chegava ao fim a Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro. O movimento, inciado no dia 10 do mesmo mês, aconteceu por conta da rejeição popular à vacina obrigatória contra a varíola, projeto proposto pelo sanitarista Oswaldo Cruz.No dia 16 de novembro de 1904 chegava ao fim a Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro. O movimento, inciado no dia 10 do mesmo mês, aconteceu por conta da rejeição popular à vacina obrigatória contra a varíola, projeto proposto pelo sanitarista Oswaldo Cruz. Por conta disso, as brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, poderiam entrar nas casas e aplicar a vacina à força. A resistência popular começou com uma manifestação estudantil e foi aumentando, chegando ao ponto de, no dia 13, tomar uma proporção que transformou o centro do Rio de Janeiro em campo de batalha. A população, que não tinha plena informação de como seria o processo de aplicação da vacina, depredou lojas, incendiou bondes, quebrou postes e atacou a polícia com pedras, paus e pedaços de ferro. Por conta da revolta, o governo suspendeu a obrigatoriedade da vacina e declarou estado de sítio no dia 16 de novembro. Ao final da revolta, 30 pessoas morreram e outras 110 ficaram feridas. Depois, com a situação sob controle, o processo de vacinação foi reiniciado. Em pouco tempo, a varíola foi erradicada da então capital do Brasil.  

Respondido por tabelaperiodica12
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A cidade do Rio de Janeiro sofria em 1904 com sérios problemas de saúde publica. Com cerca de 800 mil habitantes, diversas doenças – como tuberculose, peste bubônica, febre amarela, varíola, malária, tifo, cólera - assolavam a população e eram objeto de preocupação dos governantes. O então presidente Rodrigues Alves com o intuito de modernizar (e embelezar) a cidade e também controlar tais epidemias, iniciou uma série de reformas urbanas que mudou a geografia da cidade e o cotidiano de sua população.

As mudanças arquitetônicas da cidade ficaram a cargo do engenheiro Pereira Passos. Ruas foram alargadas, cortiços foram destruídos e a população pobre removida de suas antigas moradias. Coube a Oswaldo Cruz, nomeado diretor geral de Saúde Pública em 1903, a missão de promover um saneamento na cidade e erradicar a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Com este intuito, em junho de 1904 o governo fez uma proposta de lei que tornava obrigatória a vacinação da população. Mesmo com 15 mil assinaturas contrárias, a lei foi aprovada no dia 31 de outubro.

A esta lei já impopular, juntou-se uma drástica regulamentação proposta por Oswaldo Cruz. Nela, exigia-se comprovantes de vacinação para realizar matrículas nas escolas, assim como para obtenção de empregos, viagens, hospedagens e casamentos. Previa-se também o pagamento de multas para quem resistisse à vacinação. Quando esta proposta vazou para a imprensa, o povo indignado e contrariado deu início a maior revolta urbana que já tinha sido vista na capital.

A revolta começou em tono da estátua de José Bonifácio no Largo de São Francisco e rapidamente se espalhou por diversos lugares da cidade atingindo locais como Laranjeiras, Botafogo, Tijuca, Rio Comprido, Engenho Novo, Copacabana, além dos bairros da região central. Pedras, tiros, barricadas, fogueiras, depredações, eram utilizadas pela população para mostrar sua insatisfação. A repressão policial foi severa, sendo o saldo total desta revolta a prisão de 945 pessoas na Ilha de Cobras, 30 mortos, 110 feridos e 461 deportações para o Estado do Acre.

José Murilo de Carvalho aponta para o fato que tiveram várias revoltas dentro da revolta, isto é, vários segmentos da população de diversas classes sociais e motivações políticas estiveram a frente destas agitações. Segundo o autor, a motivação para o povo se rebelar não era fundamentalmente econômica, e nem o deslocamento populacional ocasionado pelas mudanças ocorridas na cidade (embora, muitos estudiosos afirmem que a revolta ocorreu por uma soma de insatisfações com a política realizada, inclusive a remoção das moradias). Para ele, a Revolta da Vacina se distingue de protestos anteriores pela sua amplitude e intensidade baseada na justificativa moral.

A forma como o processo foi conduzido por Oswaldo Cruz, apesar das boas intenções, foi entendido como arbitrário e despótico, sendo suas medidas apontadas como violação dos direitos civis e constitucionais. Além disso, havia um componente moral muito grande, pois naquela época foi considerado um crime contra honra de um chefe de família que seu lar, assim como os corpos de suas mulheres fossem invadidos por um desconhecido.

Carvalho analisando a revolta, afirma que o povo: “Embora não se interessassem por política, embora não votasse, ele tinha razão clara dos limites da ação do Estado. Seu lar e sua honra não eram negociáveis, a revolta deixou entre os participantes um forte sentimento de autoestima, indispensável para formar um cidadão”.

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