gripe espanhola: quais foram os principais efeitos políticos, econômicos e socioculturais ??
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Resposta:
A partir das últimas décadas do século XX, a saúde e a doença têm se tornado temas prolíficos entre os cientistas sociais. O diálogo entre as ciências humanas e sociais e as ciências biomédicas ampliou o foco sobre o assunto, permitindo que o processo saúde-enfermidade fosse estudado não só como um problema em si, mas também como ferramenta para discutir as intricadas relações sociais e de poder, as concepções culturais, os valores sociais e as práticas institucionais de uma determinada sociedade.
Alguns estudos realizados dentro dessa temática partem do princípio de que as implicações das causas morbígenas sobre a vida ultrapassam o biológico, bem como julgam que a doença não pode ser examinada fora da estrutura social na qual está inserida.1 Considerando-se esse pressuposto, indivíduos e grupos sociais em tempos históricos e espaços geográficos diferentes produziram seus próprios modos de definir a etiologia, a transmissão, a terapia apropriada e os significados de uma doença. Essas definições refletem não só a mudança do conhecimento e das tecnologias médicas, mas também influências mais amplas, tais como convicções religiosas, obrigações de gênero, de nacionalidade, de etnias e de classe, além de políticas e responsabilidades estatais.
Nesse sentido, apesar de a doença ser um evento biológico imediato, com um repertório de práticas e construções verbais específicas que refletem a história institucional e intelectual da medicina, constitui-se, também, em um evento social, tornando-se uma ocasião potencial de desenvolvimento e de legitimação de políticas públicas, um aspecto do papel social e da identidade individual, uma sanção para valores culturais e um elemento de estruturação do saber médico em sua interação com o enfermo (Rosenberg, 1997, p. xiii).
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