Gripe espanhola período contexto histórico mundial em 1918
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a gripe espanhola (1918) foi uma das pandemias mais devastadoras relatadas, sendo considerada o maior flagelo sanitário da história moderna.
estima-se que a doença afetou quase um terço da população mundial, em termos numéricos, cerca de 500 milhões de pessoas foram infectadas e em torno de 40 a 100 milhões foram a óbito (números muito superiores aos das mortes na Primeira Grande Guerra, que oscilaram entre 10 a 20 milhões).
grande parte dos historiadores sugerem uma origem asiática para o vírus que, posteriormente, teria migrado para o Ocidente. Apesar de a falta de consenso em relação ao começo da pandemia, alguns pesquisadores consideram que esse tenha ocorrido na França, em 1916, enquanto que outros mencionam um início na China ou no Vietnam, em 1917. De qualquer modo, a doença foi oficialmente registrada pela primeira vez em março de 1918, no acampamento militar de Funston, em Fort Riley, no Kansas, nos Estados Unidos. Nessa data, pela manhã, Albert Gitchell, o cozinheiro do campo, deu baixa na enfermaria com queixa de febre, cefaleia e odinofagia. Algumas horas depois, em torno de meio dia, mais de 100 pessoas tinham acorrido à enfermaria como os mesmos sintomas. A partir de então, houve uma rápida propagação da doença entre os militares e a população civil da localidade. Em abril, a Gripe já era epidêmica em zonas urbanas centrais e costeiras do leste dos Estados Unidos de onde embarcavam as tropas americanas em direção aos portos franceses para ajudar os países aliados da Tríplice Entende (França, Grã-Bretanha e Rússia), que estavam em guerra contra a Alemanha desde 1914.
Ao final do mês de abril, a doença já era reportada em toda a França e, em princípios de maio, a onda expansiva alcançou a Inglaterra, Itália e Espanha, bem como o norte da África, Índia, China e Japão. Desde a frente ocidental, ainda em maio, a Gripe avançou sobre a Alemanha, Áustria, Suíça, Hungria, Bulgária, Polônia, Rússia e Grécia. Em junho, chegava à Oceania pela Austrália. Mesmo sendo muito contagiosa, essa primeira onda foi considerada benigna, por ter determinado relativamente poucas mortes.
No mês de julho, a doença parecia ter perdido força, mas, em meados de agosto, uma segunda onda surgiu com maior capacidade de contágio e letalidade do que a anterior. Os sintomas estavam relacionados a uma pneumonia de surgimento rápido, seguida de morte em 48 horas. Especula-se que essa segunda onda tenha iniciado em portos de pelo menos três países banhados pelo Atlântico: Estados Unidos (Boston), França (Brest) e Serra Leoa (Freetown). Essa onda, provavelmente, foi decorrente do transporte naval de tropas militares que albergavam o vírus desde os campos de batalha europeus e acampamentos hospitalários que concentravam grande quantidade de doentes. A partir desses locais portuários, a doença explodiu para todos os continentes, com exceção da Antártida e de locais isolados como a Ilha de Santa Helena, uma colônia inglesa no Atlântico Sul.
A grande maioria das mortes pela Gripe Espanhola aconteceu na segunda onda. Em pouco mais de três meses, entre agosto/setembro e novembro/dezembro de 1918, houve centenas de milhares de mortes. No entanto, ao final de dezembro, observou-se um progressivo declínio da pandemia em muitos lugares do mundo. Importa mencionar que aqueles indivíduos que sobreviveram à primeira onda pareciam apresentar uma imunidade natural, não sendo mais afetados pela enfermidade.