gostaria de exemplificar a o texto sobre o sofrimento ético politico. alguém que possa me ajudar?
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A construção do conceito de sofrimento ético-
político
A publicação do livro As Artimanhas da Exclusão
– Análise psicossocial e ética da desigualdade social,
de Bader Sawaia, aconteceu em 1999. Pela primeira
vez nessa obra, foi veiculada no meio acadêmico
a definição do termo sofrimento ético-político.
Anteriormente, no livro Novas Veredas da Psicologia
Social (Lane & Sawaia, 1994), Sawaia refletia sobre o
termo “sofrimento ou mal-estar psicossocial” (p. 50).
Buscava propor às Ciências Humanas e à Psicologia
Social uma reflexão evitando que o pesquisador
perdesse o ser humano em categorias generalistas.
Propunha “o pensar desfetichizado”, ou seja, maneiras
de compreensão das categorias da Psicologia Social
que não cristalizassem as mesmas em uma lógica
de “ideias impedidoras do vislumbre da vida e da
historicidade do homem” (p. 51).
Em sua tese de doutorado, Sawaia (1987) já havia
constatado que a consciência não se exprime apenas
pela atividade intelectual cognitiva, mas é constituída
também pela dimensão emocional afetiva. O processo
de conscientização é racional/cognitivo, mas também
afetivo/emocional (p. 164). Uma de suas conclusões na
tese foi que: “O sentimento não é a forma embrionária
da consciência, é seu elemento constitutivo” (p. 298).
Tal afirmação advém do conceito “Conhecimento,
sentimento e consciência constituem, portanto, uma
unidade dialética inerentemente ativa. Quando essa
unidade é quebrada, cristaliza-se a consciência, rompe-
se o nexo psíquico-físico na atividade, bloqueando-se
o movimento da consciência” (p. 296).
Por isso, a eleição dada pela autora do
“sofrimento psicossocial” como objeto de estudo
na obra Novas Veredas da Psicologia Social (Lane
& Sawaia, 1994). Nesse momento de aproximação
do termo sofrimento ético-político, dado cinco anos
depois, em 1999, Sawaia toma por base os autores:
Seligman (1977), Sartre (1965), Marx (1844/1981),
La Boétie (1982).
Pretendia buscar uma categoria de estudo, na
qual pudesse compreender as rupturas entre “o agir,
pensar e sentir ... que ocasionam a supressão da emoção
e anulação do pensar na atividade” (Lane & Sawaia,
1994, p. 50), corroborando com suas conclusões
de sua tese de doutorado. Essa autora denomina a
miséria, a heteronomia, o medo e a passividade como
consequências dessas rupturas. Portanto, o conceito de
sofrimento ético-político foi criado na interface entre
subjetividade e sociedade.
A concepção marxista de compreensão da
sociedade é constitutiva do mesmo, concepção que a
autora sintetiza na categoria dialética exclusão/inclusão
para reforçar a ideia de que o sofrimento ético-político
situa-se em uma sociedade conflituosa, especificamente
na vivência dos sujeitos no processo de luta de classes.
A maneira de o sistema capitalista incluir faz parte
dos mesmos mecanismos de reproduzir e sustentar a
servidão, a passividade, a miséria e, principalmente, a
alienação do trabalhador. A essa máscara da inclusão,
Sawaia denomina inclusão perversa, que provém da
produção de ideias imaginativas, feitas pelo próprio
sistema nos indivíduos. Eles passam a perceber que
as apropriações materiais ou simbólicas os levam a
“fazer parte” do todo, finalmente correspondendo
adequadamente ao que a sociedade cria a cada instante.
Esse sistema inclui para excluir, ou seja, para manter
os homens na dependência de um estado de coisas que
não diz respeito à sua própria liberdade e potência,
e são levados a nunca alcançarem a satisfação
mercadológica, pois o mercado protela a noção de
perfeição - amanhã sempre terá outro produto mais moderno.
político
A publicação do livro As Artimanhas da Exclusão
– Análise psicossocial e ética da desigualdade social,
de Bader Sawaia, aconteceu em 1999. Pela primeira
vez nessa obra, foi veiculada no meio acadêmico
a definição do termo sofrimento ético-político.
Anteriormente, no livro Novas Veredas da Psicologia
Social (Lane & Sawaia, 1994), Sawaia refletia sobre o
termo “sofrimento ou mal-estar psicossocial” (p. 50).
Buscava propor às Ciências Humanas e à Psicologia
Social uma reflexão evitando que o pesquisador
perdesse o ser humano em categorias generalistas.
Propunha “o pensar desfetichizado”, ou seja, maneiras
de compreensão das categorias da Psicologia Social
que não cristalizassem as mesmas em uma lógica
de “ideias impedidoras do vislumbre da vida e da
historicidade do homem” (p. 51).
Em sua tese de doutorado, Sawaia (1987) já havia
constatado que a consciência não se exprime apenas
pela atividade intelectual cognitiva, mas é constituída
também pela dimensão emocional afetiva. O processo
de conscientização é racional/cognitivo, mas também
afetivo/emocional (p. 164). Uma de suas conclusões na
tese foi que: “O sentimento não é a forma embrionária
da consciência, é seu elemento constitutivo” (p. 298).
Tal afirmação advém do conceito “Conhecimento,
sentimento e consciência constituem, portanto, uma
unidade dialética inerentemente ativa. Quando essa
unidade é quebrada, cristaliza-se a consciência, rompe-
se o nexo psíquico-físico na atividade, bloqueando-se
o movimento da consciência” (p. 296).
Por isso, a eleição dada pela autora do
“sofrimento psicossocial” como objeto de estudo
na obra Novas Veredas da Psicologia Social (Lane
& Sawaia, 1994). Nesse momento de aproximação
do termo sofrimento ético-político, dado cinco anos
depois, em 1999, Sawaia toma por base os autores:
Seligman (1977), Sartre (1965), Marx (1844/1981),
La Boétie (1982).
Pretendia buscar uma categoria de estudo, na
qual pudesse compreender as rupturas entre “o agir,
pensar e sentir ... que ocasionam a supressão da emoção
e anulação do pensar na atividade” (Lane & Sawaia,
1994, p. 50), corroborando com suas conclusões
de sua tese de doutorado. Essa autora denomina a
miséria, a heteronomia, o medo e a passividade como
consequências dessas rupturas. Portanto, o conceito de
sofrimento ético-político foi criado na interface entre
subjetividade e sociedade.
A concepção marxista de compreensão da
sociedade é constitutiva do mesmo, concepção que a
autora sintetiza na categoria dialética exclusão/inclusão
para reforçar a ideia de que o sofrimento ético-político
situa-se em uma sociedade conflituosa, especificamente
na vivência dos sujeitos no processo de luta de classes.
A maneira de o sistema capitalista incluir faz parte
dos mesmos mecanismos de reproduzir e sustentar a
servidão, a passividade, a miséria e, principalmente, a
alienação do trabalhador. A essa máscara da inclusão,
Sawaia denomina inclusão perversa, que provém da
produção de ideias imaginativas, feitas pelo próprio
sistema nos indivíduos. Eles passam a perceber que
as apropriações materiais ou simbólicas os levam a
“fazer parte” do todo, finalmente correspondendo
adequadamente ao que a sociedade cria a cada instante.
Esse sistema inclui para excluir, ou seja, para manter
os homens na dependência de um estado de coisas que
não diz respeito à sua própria liberdade e potência,
e são levados a nunca alcançarem a satisfação
mercadológica, pois o mercado protela a noção de
perfeição - amanhã sempre terá outro produto mais moderno.
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