Gilberto Dupas considera a capacidade de inovação como a chave para a hegemonia das nações e para a liderança das empresas. A nova lógica do poder é baseada na competitividade e na capacidade de confrontar, especialmente no campo tecnológico. Resumindo, é a liderança tecnológica que define a hegemonia de nações e empresas.
Para se chegar à liderança tecnológica, é necessário ter acesso à uma força de trabalho (de preferência, qualificada e barata) e a matérias-primas estratégicas. As tecnologias da informação e comunicação atualmente resolvem o problema do acesso à uma mão de obra qualificada, especialmente em países que o autor chama de periféricos. O fato de se ter acesso a este tipo de mão de obra sem um custo social elevado é muito interessante para os países e para as empresas.
Em relação às matérias-primas estratégicas, o autor chama a atenção para o fato de serem oriundas também, na maioria das vezes, de países de periferia. Estes países geralmente não zelam pelo seu patrimônio de recursos naturais (biológicos e minerais) e acabam sucumbindo ao poder de barganha das grandes corporações que precisam destes recursos, facilitando o acesso a estas matérias-primas.
Durante o período da guerra fria e da corrida espacial, o financiamento e a direção do desenvolvimento tecnológico eram dados pelas nações envolvidas nestes conflitos, especialmente os Estados Unidos e a União Soviética. Após este período, as nações ainda continuam como as grandes investidoras em produção tecnológica, mudando apenas a direção destes investimentos, que passou a ser ditado pelo setor privado. Para garantir direitos adquiridos pela produção de novas tecnologias, as empresas estão conseguindo alterar a legislação de patentes locais e internacionais. Com isso elas garantem o domínio do controle sobre a utilização destas tecnologias. O autor (Gilberto Dupas) coloca duas questões vitais que ilustram este ponto de vista: o projeto Genoma e a Internet. As pesquisas relacionadas ao mapeamento do genoma humano estão sendo desenvolvidas tanto pelo setor público como pelo setor privado. A questão que se coloca aqui é se este conhecimento produzido ficará sob o domínio da sociedade. A questão do controle da Internet também depende de como a sociedade pretende regular o acesso.
Há praticamente uma guerra em curso envolvendo patentes, sobretudo na área de pesquisa farmacêutica. Em todos os casos relacionados com as patentes, as nações e empresas envolvidas sempre acabam alegando que suas ações são medidas defensivas.
Hoje a tecnologia é a expressão da competição global. Ela permite, por exemplo, que a redução da jornada de trabalho nos espaços fabris seja compensada pela diversificação e ampliação desta jornada nos espaços domiciliares. Em outras palavras, a flexibilidade propiciada pelas novas tecnologias permite que a jornada de trabalho acabe invadindo os momentos de cotidiano do trabalhador.
A lógica do capitalismo é o aumento do ganho de capital, mas não é isso que vem acontecendo nos últimos tempos. O capitalismo global tem sobrevivido graças à incorporação de novas tecnologias e novas formas de gestão à produção, o que tem permitido uma queda substancial no preço real dos produtos. Assim, o capitalismo sobrevive não pelo aumento da renda, mas pela facilidade de acesso aos produtos pela queda no preço. É o caso das passagens aéreas e dos computadores, cujos preços não param de cair, apesar da retração do crescimento da economia mundial. Apesar desse quadro, o autor mostra preocupação ante a crescente desconexão entre a esfera produtiva e a esfera financeira. Ele explica que o aumento da oferta do lado produtivo (que se reflete na queda dos preços) não está sendo totalmente aproveitada sob o ponto de vista social por causa da insuficiência de demanda efetiva, que se traduz em baixos salários e altos níveis de desemprego.
Assim, apesar dos grandes avanços que o conhecimento e a tecnologia proporcionam, há sinais que apontam para o esgotamento da dinâmica de acumulação do capitalismo por conta de uma eventual crise de demanda.
A partir do assunto tratado nesse texto, analise as afirmativas a seguir:
1. Um dos principais fatores de competitividade para as empresas hoje, é, com certeza, a tecnologia.
2. A liderança em tecnologia significa mais poder, tanto para empresas como para nações.
A respeito destas afirmativas, assinale a alternativa correta:
tharlesmsf:
As duas afirmativas são verdadeiras e estão relacionadas entre si.
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ambas as alternativas estão corretas. Porém, desconfio que existiam outras afirmativas, confere ?
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