Giges era um pastor de ovelhas a serviço do rei da Lídia. Em consequência de uma grande tempestade e de um terremoto, o solo tinha se fendido e uma grande abertura tinha se formado no lugar onde ele apascentava seu rebanho. Admirado com o que via, desceu pela abertura, e conta-se que, entre outras maravilhas, viu um cavalo de bronze, oco, com portinholas e, tendo passado a cabeça através de uma delas, viu um homem que estava morto, segundo toda a aparência, e cuja estatura ultrapassava a estatura humana. Esse morto estava nu; tinha somente um anel de ouro na mão. Giges o pegou e saiu. Ora, tendo-se reunido os pastores como de costume para fazer ao rei o seu relatório mensal sobreo estado dos rebanhos, Giges veio à assembleia, trazendo no dedo o seu anel. Tendo tomado o lugar entre os pastores, girou, por acaso, o anel de tal modo que a pedra ficou do lado de dentro de sua mão e, imediatamente, ele se tornou invisível para os seus vizinhos, e falava-se dele como se tivesse partido, o que o encheu de espanto. Girando de novo o seu anel, virou a pedra para fora e imediatamente tornou a ficar visível. Atônito com o efeito, ele repetiu a experiência para ver se o anel realmente tinha esse poder, e constatou que, virando a pedra para dentro, tornava-se invisível; para fora, visível. Tendo essa certeza, fez-se incluir entre os pastores que seriam enviados até o rei como representantes. Foi ao palácio, sequestrou a rainha, atacou e matou o rei; em seguida, apoderou-se do trono, começando uma longa dinastia. (Platão. A
República, II, 359b-360) A partir dessa estória narrada por Platão, responda as questões que se seguem:
1. Nesse texto, Platão apresenta a importância e necessidade da ética para uma boa convivência na sociedade, pois, segundo ele, a ética é capaz de: *
a. Educar a natureza do homem para que este possa conviver bem em sociedade.
b. Proporcionar ao homem o poder de negar sua natureza em favor da convivência social.
c. Obrigar os homens a terem empatia uns pelos outros na vida social.
d. Definir um modo de vida que exalta a vontade individual em detrimento da vida coletiva.
e. Camuflar a má inclinação da natureza do homem para que pareça bom aos seus semelhantes.
Esta pergunta é obrigatória
2. Giges parecia ser um homem bom e justo até encontrar aquele anel precioso e tomá-lo para si. Isso ocorreu basicamente porque: *
a. O poder do anel transformou Giges em um super-homem.
b. O anel corrompeu a bondade daquele pobre pastor de ovelhas.
c. A invisibilidade permitiu que Giges pudesse agir de acordo com sua própria natureza.
d. A capacidade de ser invisível fez com que Giges despertasse de sua tolice.
e. Giges passou a entender que a verdadeira justiça era respeitar seus próprios desejos.
3. Considerando a maneira como Platão percebia a natureza humana, assinale a alternativa que mais se aproxima do seu pensamento. *
a. “o homem é bom, mas a sociedade o corrompe”. Rousseau
b. “não há maior prova de amor, que doar a vida pelo amigo”. Jesus
c. “A bondade é uma linguagem que o surdo consegue ouvir e o cego consegue ler”. Mark Twain
d. “o homem conduzido pela ética é o melhor dos animais, quando sem ela é o pior”. Aristóteles
e. “Não reconheço outra grandeza que não seja a bondade”. Ludwig Beethoven
4. “Quer conhecer um homem, dê-lhe poder”, sintetiza a mensagem da estória de Giges, porque demonstra que: *
a. O homem tem uma natureza boa, mas acaba agindo mal com os outros homens.
b. Todo poder, obrigatoriamente torna o homem injusto com seus semelhantes.
c. O poder dado ao homem o autoriza naturalmente a praticar a injustiça para mantê-lo.
d. O poder permite ao homem agir de acordo com sua natureza, quase sempre inclinada para o mal.
e. O verdadeiro poder é aquele que proporciona a justiça e a igualdade entre os homens.
5. A ética é a única e melhor maneira de convivermos bem em sociedade. Ela cria em nós uma segunda natureza capaz de se sobrepor a nossa inclinação natural de praticar o mal. Ser ético nos permite praticar a empatia que, em sentido geral, significa: *
a. Capacidade impedir o crescimento do outro em favor do seu próprio crescimento.
b. Ato de colocar-se no lugar do outro para julgá-lo de suas boas e más ações.
c. Capacidade de colocar-se na situação do outro, promovendo a aproximação entre o bem que deseja para si e o bem que deseja para o outro.
d. Capacidade de colocar-se no lugar do outro para promover a transformação de sua condição humana, afetiva, social e econômica.
e. Ação de praticar o bem ao próximo para demonstrar sua natureza bondosa com os menos favorecidos, promovendo a justiça social.
Soluções para a tarefa
Resposta:
1º) A
2º) C
3º) D
4º) D
5º) C
Explicação: Minha prova era a mesma, ai pedi o gabarito da minha amiga inteligente. É isso.
Resposta 1 alternativa A, Resposta 2 alternativa C, Resposta 3 alternativa E, Resposta 4 alternativa D, Resposta 5 alternativa C.
A ética vem como uma regra implícita no subconsciente do ser humano, educando sua natureza de forma a seguir regras que o farão conviver bem em sociedade.
Porém o homem carrega dentro de si uma natureza muitas vezes ruim, e quando a ética não se faz necessária ou quando o poder sobrepõe essa ética ele deixa que sua natureza ruim desperte e prioriza seus desejos.
Platão vê a natureza humana como degenerada, tendo a razão como ponto libertador e é através dessa razão que passará a enxergar a verdadeira bondade. Podendo assim exercer a empatia de forma natural.
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