História, perguntado por jdjd1, 1 ano atrás

Getúlio em seu governo liberal deixou de apoiar os cafeicultores paulistas? qual atitude dele demonstra isso?

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Respondido por VITINHO058
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No aniversário de 81 anos da chamada “Revolução Constitucionalista de 1932”, em que o Estado de São Paulo juntamente com forças militares de Mato Grosso se rebelaram contra o Governo Federal, na figura do Chefe do Provisório Getúlio Vargas, o blog das Forças Terrestres traz uma visão diferente da usual sobre a revolta: trechos que selecionamos do diário de Getúlio Vargas sobre o conflito.

Para quem não é da cidade de São Paulo ou não a conhece, nunca é demais lembrar que na sua paisagem urbana há diversos “suportes de memória” sobre o movimento de rebelião de 1932. O mais famoso é um imponente obelisco e mausoléu junto ao Parque do Ibirapuera, e outros bastante conhecidos são importantes avenidas, como a “23 de maio”, data da morte de 5 jovens (Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga) num confronto com partidários da “Legião Revolucionária” de apoio a Getúlio Vargas no centro da capital paulista, e a “9 de julho”, data do início das operações militares.

A capital paulista destaca-se entre várias grandes cidades do país por não ter nenhuma grande avenida ou via pública principal homenageando Getúlio Vargas. Tenho conhecimento apenas de duas pequenas ruas “Getúlio Vargas”, ambas de poucas dezenas de metros de extensão, uma na Vila Maria, na Zona Leste, e outra no Jardim Rosinha, no extremo norte. E também de uma rua “Presidente Vargas” pouca coisa maior em Perus (Norte), nome que também é dado a uma minúscula praça escondida embaixo de um viaduto, perto da Estação Guaianazes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (Leste). No Jabaquara (Zona Sul) há uma rua “Getúlio Vargas Filho”, em homenagem ao filho do ex-presidente, num bairro cujas casas foram construídas com financiamento do Governo Federal.

A foto abaixo (do Estadão), é um exemplo curioso na cidade de Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo, com uma avenida 9 de julho cruzando com outra avenida denominada Presidente Vargas. Mas não há nada com esse grau de importância na capital paulista, envolvendo um logradouro com homenagem a Vargas. Ou quase…

Existe uma espécie de “cruzamento” entre a grande e movimentada avenida 9 de julho de São Paulo e uma via pública com o nome Getúlio Vargas, e isso bem perto do maior símbolo da avenida, que é o túnel 9 de julho. No caso, é uma passarela sobre a avenida, e que também dá acesso a um ponto do corredor de ônibus abaixo, chamada “Passarela Getúlio Vargas”. Mas o nome provavelmente está muito mais ligado ao fato de unir um dos lados da avenida com o lado onde está instalada a FGV, Fundação Getúlio Vargas (Escola de Administração de Empresas de São Paulo). Esta sim, uma instituição de renome que faz uma homenagem a Vargas e que praticamente faz face, do outro lado da avenida, ao “Hospital Nove de Julho”.

Apesar desses exemplos, é certo que as opções memorialistas da Revolução de 1932 respondem por grande parte dessa ausência de maiores homenagens a Getúlio Vargas em logradouros públicos de importância em São Paulo. Afinal, a data de 9 de julho é um feriado estadual, o mais importante do Estado de São Paulo. Para fazer um contraponto interessante para reflexão, decidimos trazer hoje para leitura alguns trechos de outras memórias: as do próprio Getúlio Vargas a respeito da rebelião daquele ano. É uma forma de procurar ver “o outro lado” das memórias envolvidas, com algumas visões pessoais deixadas, para a posteridade (e as intenções de Vargas nesse sentido não podem ser ignoradas), pelo então chefe do Governo Provisório sobre a crise com São Paulo e os combates. Boa leitura!

23 de maio

“A situação de São Paulo agrava-se. Grande exaltação popular percorre as ruas – atacaram jornais, a sede da Legião, provocaram conflitos -, e a Frente Única impôs um novo secretariado.” (…) Nomeei o coronel  Rabelo para assumir o comando da Região, e seguiu com instruções para restabelecer a ordem. O general Góis Monteiro será investido no comando da Região, em substituição ao general João Gomes, que pediu demissão. Ficou também resolvido que se enviassem tropas para São Paulo. ”

8 de julho

“O general Klinger mantém a atitude de rebeldia. Recusa-se a atender às razões do general Góis. O general Johnson seguiu para Mato Grosso a conferenciar com ele, com autorização do governo. Este decide-se a tomar medidas militares para reduzir o rebelde.”

9 de julho

“O ministro da Guerra propôs a demissão e reforma administrativa do general Klinger, que imediatamente aceita. Enquanto comunicava os atos aos comandantes dos corpos de Mato Grosso, determinei ao ministro da Justiça que expedisse telegrama-circular aos interventores comunicando os fatos.”




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