Português, perguntado por juliaemanuelly98, 1 ano atrás

GENTEE reconte a historia a moça tecelã com suas palavras nao copiem da net pvfr eh urgente

Soluções para a tarefa

Respondido por alicebrito3
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O conto A Moça Tecelã de Marina Colassanti é um conto de fadas moderno que narra o di-a-dia de uma moça que tece.Nada lhe falta, passa seus dias a tecer com cuidado e amor ao trabalho que executa.A moça usa seu tear para expressar seus sentimentos, através das cores das linhas a moça tece a vida e seus humores.É feliz em seu ofício e tece tudo que sua imaginação lhe permite.Os dias passam e nada lhe falta, porque tece tudo de que necessita,leite, peixe...Porém chega um tempo em que começa a se sentir sozinha e começa sentir necessidade de uma companhia, um marido a seu lado.Imediatamente pega os fios e começa a tecer o marido imaginário com que sonha.Com cuidado escolhe os fios mais bonitos e delicados e inicia a sua grande obra.O marido imaginado ganha chapéu, corpo e rosto bem desenhados e um belo par de sapados bem engraxados. Terminada a obra, a porta de sua casa se abre, e eis que que surge o marido esperado.Feliz a moça tecelã dorme no ombro do companheiro e sonha com os lindos filhos que teriam.Ela foi muito feliz por algum tempo, porém os propósitos de seu amado eram diferentes dos seus. Ao invés de filhos ele queria uma casa melhor, maior e mais bonita, e exigiu que a esposa logo começasse a tecê-la. Terminada a casa o marido quis um palácio com arremates de prata.A moça tecelã dedicou semanas e meses na construção do tal palácio, sem tempo sequer para ver a luz do dia. Pronto o palácio o marido exigiu que ele tivesse uma torre bem alta para abrigar a esposa em seu ofício de tecer. Encerrada na mais alta torre do palácio a moça tecia e entristecia.Seus pensamentos se voltaram para o passado, para a casa simples em que vivia e para todas as coisas boas que um dia teve.Chegando à noite a moça resolve destecer o marido e puxa o primeiro fio e antes que ele acorde já estava destecido completamente.A moça tecelã volta a sua vida simples e feliz de tecer com simplicidade e alegria seus sonhos de mulher.

Respondido por RaraSantoss
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Resposta:

A moça tecelã

"Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo  

sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios  

estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.

Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.

Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira  

grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia  

um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à  

janela.

Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros,  

bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.

Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para  

frente e para trás, a moça passava os seus dias.

Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o  

peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que  

entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila.

Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez  

pensou em como seria bom ter um marido ao lado.

Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou  

a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi  

aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava  

justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta.3

Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando  

em sua vida.

Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar  

ainda mais a sua felicidade.

E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu.

Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele  

poderia lhe dar.

— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois.

Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa  

acontecer.

Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.

— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente  

ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.

Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e  

salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não  

tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes  

acompanhando o ritmo da lançadeira.

Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o  

mais alto quarto da mais alta torre.

— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu:  

— Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!

Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de  

moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com  

todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.

Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E  

descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.

Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a  

veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as  

estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E  

novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.

A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em  

volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés  

desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o  

emplumado chapéu.

Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a  

devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte."

Explicação:

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