Gente!!!!! Resumo dá história Quase de verdade
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Em ''Quase de Verdade'', Clarice põe a história para ser contada por seu cão Ulisses, ou melhor, Ulisses late a estória para Clarice e esta escreve a estória. Trata-se de uma narrativa fantasiosa que se passa em um quintal e que tem como personagens principais: um gato, uma galinha, uma figueira e duas nuvens (uma que faz coisas boas e outra que faz coisas ruins).
A linguagem é simples e divertida, além de proporcionar sempre um diálogo direto com o leitor. Temas como bem e o mau, inveja, rancor, amizade, etc são abordados com cuidado pela leitora, que não deixa a sua fixação por ''ovo'', nem na sua obra infantil. O ovo em ''Quase de Verdade'' é um elemento simbólico e é sacrificado em um ponto da estoria em prol de algo maior. O leitor fiel de Clarice Lispector poderá logo fazer ligação com outro livro infantil da autora, o ''A vida íntima de Laura'', e também com o seu conto considerado mais hermético, ''O ovo e a galinha''.
Como em suas outra sobras infantis, Clarice mantém temáticas sérias, mas com delicadeza e traquejo necessários ao público infantil. E Ulisses é perfeito narrando a sua história que pode ser verdade e pode ser também invenção, e se liga de forma muito divertida ao interlocutor.
A linguagem é simples e divertida, além de proporcionar sempre um diálogo direto com o leitor. Temas como bem e o mau, inveja, rancor, amizade, etc são abordados com cuidado pela leitora, que não deixa a sua fixação por ''ovo'', nem na sua obra infantil. O ovo em ''Quase de Verdade'' é um elemento simbólico e é sacrificado em um ponto da estoria em prol de algo maior. O leitor fiel de Clarice Lispector poderá logo fazer ligação com outro livro infantil da autora, o ''A vida íntima de Laura'', e também com o seu conto considerado mais hermético, ''O ovo e a galinha''.
Como em suas outra sobras infantis, Clarice mantém temáticas sérias, mas com delicadeza e traquejo necessários ao público infantil. E Ulisses é perfeito narrando a sua história que pode ser verdade e pode ser também invenção, e se liga de forma muito divertida ao interlocutor.
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- Adoro Claricear. Eu entendo isso tanto como o ato de ler Clarice Lispector (adulto, infantil, entrevistas, crônicas), quanto o ato de ver o mundo do jeito que é, mas diferente. Fico imaginando como é ver seu amado cachorro todos os dias e imaginar as histórias que ele tem para contar. Só uma real contadora de histórias pode chegar nisso.
- Em 1978, no ano seguinte à sua morte, chegou às livrarias Quase de Verdade, o livro em que o narrador é um dos cachorros da escritora. Ulisses, na verdade, nos é oferecido como ponte para Clarice contar uma outra história, a de uma figueira invejosa que não dá figos e que traça um plano para obrigar as galinhas da fazenda a colocarem ovos continuamente. A intenção da árvore é ganhar milhões e, claro, não dar nada em troca às botadeiras de ovos. Ela pede ajuda a uma bruxa, uma bruxa especializada em ser acionada para ajudar os outros a fazer maldades. Só que, galinha é bicho unido e barulhento e, certo dia, resolvem protestar contra a ditadora figueira e dão um jeito naquele abuso. A figueira pensa, então, que escolher as amizades tem lá seus frutos. Frutos? Sim, tudo muda na vida desta figueira mas o final não tem nada a ver com isso. O conto acaba de ser relançado pela Editora Rocco, em edição especial, com capa dura e ilustrações de Carla Irusta, das quais gostei muito (não deve ser nada fácil acompanhar a fantasia da Clarice).
- Os desenhos têm clareza e certo realismo, mas combinam uma dose fantástica de divertir. Há detalhes gostosos de encontrar (como as mãos da Clarice sobre uma máquina de escrever Olympia), bastante movimento e são extremamente expressivos. Tão bons que o livro merecia uma biografia da ilustradora também. A editora (não) fez o mesmo com a primeira destas edições especiais, em que o premiado Odilon Moraes assina os desenhos da A Vida Íntima de Laura. Espero que mudem este jeito de editar um dia.
- Claricear é ter a certeza que o mais importante de uma história é como ela caminha. Geralmente demoro muito tempo lendo textos dela, pois volto e revolto nas frases. E me encanto sempre com o jeito dela de amarrar os parágrafos, de nos envolver no conto, de parecer que ela está aqui sentada ao nosso lado, inventando tudo aquilo só para gente.
- Há delícias como:
- Mas antes de começar, pergunto a você bem baixo para só você ouvir:
- – Está ouvindo agora mesmo um passarinho cantando? Se não está, faz de conta que está. É um passarinho que parece de ouro, tem bico vermelho-vivo e está feliz da vida.
- Adoro estes pequenos segredos que ela estabelece com o leitor.
- Oniria gostava muito da grande figueira e das aves. Tinha até um livro que ensinava como fazer para as galinhas botarem ovo forte: era dando água, em vez de fria e pouca, morninha e muita.
- Adoro o jeito dela de inverter o jeito comum de contar. Como se a gente já soubesse, já tivesse conversado com ela sobre o assunto.
- O galo se chamava Ovidio. O “O” vinha do ovo, o “vidio” era por conta dele. A galinha se chamava Odisseia. O “O” era por causa do ovo e o “disseia” vinha por conta dela.
- Esta brincadeira dela com o “o” de ovo passeia por vários outros personagens do livro, extremamente divertido de reler e, mais uma vez, colocando ali quase uma marca da Clarice em abordar ovos e galinhas nas histórias.
- Mas têm mais delícias, como:
- Os homens homenzavam, as mulheres mulherizavam, os meninos e meninas meninizavam, os ventos ventavam, a chuva chuvava, as galinhas galinhavam, os galos galavam, a figueira figueirava, os ovos ovavam. E assim por diante.
- A essa altura, você deve estar reclamando e perguntando: cadê a história?
- Paciência, a história vai historizar.
- Adoro trechos em que parece que ela nos introduz para a sua própria literatura, o seu jeito de escrever. Como um “é assim que sou. Vai aguentar até o final?”
- E, para mim, aqui vai (é o último trecho, juro!) a parte em que ela nos pega de jeito. Ela conta que a figueira, certo dia, teve um pensamento:
- A vida do galo e da galinha é uma verdadeira festa. Ovidio cocorica, as galinhas põem ovos. Mas e eu? Eu, que nem figo dou?
- E patati patatá.
- O pensamento da figueira apodreceu e virou inveja. Apodreceu ainda mais e virou vingança.
- É incrível o uso do termo perfeito para brincar com a realidade e a fantasia (figueira sem frutos apodrecendo), e dar nome ao sentimento legítimo: inveja. E ela precisava sentir isso?
- Paro por aqui. Não sou uma estudiosa de Clarice Lispector. Sou uma leitora apaixonada e adoro redescobrir o que ela faz comigo. E, quando ela está na esfera “literatura infantil” só me confirma que emoção e pensamento é coisa de colocar para fora. Assim como criança faz.
explicação:
marca como melhor resposta por favor e bons estudos tchau
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