Gente, preciso urgente de uma crônica sobre ambiente escolar
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Crônica da escola
Eu estudava no vespertino, em uma escola pública, simples. Tinha muitos amigos. Todo dia eu ia à escola feliz, não tinha essa de preguiça. Pelo menos no ensino fundamental foi assim. A professora de português gostava muito de mim, me dizia que futuramente eu ia ser um escritor. Quando era o recreio agente ( eu e minha turma) se reunia para bater uma bola na quadra. Daí que as meninas insistiam em nos puxar para uma brincadeira qualquer que facilitasse o contato. Terminou que deixamos um pouco o futebol de lado para atender às meninas. Inventávamos umas brincadeiras estranhas, o que me rendeu a primeira namorada. O nome dela era Janaína. Ela um dia disse em alto e bom som: Eu te amo. Eu era um pivete, 13 anos. Ela tinha 12. Não levei aquela frase a sério, afinal, nem sabia o que era amor. Como ainda hoje eu não sei.
Quando acabava o dia de aula, agente saía eufórico pela rua. O Marco César se dispersava de nós no portão do colégio - morava atrás, em uma outra rua. E saíamos pela rua, sempre moleques. Gritando, comentando sobre tudo que víamos. Morávamos na mesma rua. Quando eu chegava em casa, abandonava os tênis embaixo da cama, jogava os livros em cima da estante e ia correndo reencontrar os amigos. Ficávamos jogando bola até o anoitecer, e às vezes íamos ao campinho que ficava a dois quarteirões, perto de um matagal. No tempo do pião o futebol ficava obsoleto. Eu adorava o tempo do pião. A rua ficava cheia de meninos e meninas. Vinha até pessoas de outro bairro. E lá ficávamos. Eu me sentia imortal, não dava vazão a mais nada a não ser o brinquedo. A vida não tinha outro significado se não um brinquedo. Só me preocupava em brincar brincar e brincar. E depois de finda a brincadeira do dia, ia pra casa, alegre, desejando aquele farto prato de comida. Depois que meu pai ligava a TV no jornal nacional eu ia para o quarto desenhar (desenhar é uma arte que eu praticava mas que agora abandonei). Eu adorava ler o livro de português. Adorava as estorinhas. Devorava o livro todo em menos de uma semana. Gostava da estória do Catapimba, não sei se vocês se lembram daquela estorinha do Catapimba que tinha nos livros de seus filhos: Como se fosse dinheiro. Eu gostava muito. Gostava também das tiras do Menino Maluquinho, da Mafalda, do Recruta Zero. Eu era pequeno, nem me lembro, só lembro que à noite ao pé da cama juntava as mãozinhas e rezava apressado, mas rezava como alguém que ama. Três Ave-Marias eu rezava, às vezes engolia algumas palavras, e muito cansado acabava dormindo, mas dormia com alguém que amava. Ave-Maria, mãe de Jesus, o tempo passa não volta mais, tenho saudade daquele tempo que eu lhe chamava de minha mãe. Era isso, minha vida. Um sorriso perfeito, puro. E era isso que eu tinha de melhor: O meu puro sorriso de criança. Tudo que eu buscava era está sempre perto de quem eu gostava. Era um garoto pobre, humilde, mas muito muito feliz. Lembro da minha primeira bicicleta. Não consigo descrever a minha emoção. Não vou nem tentar. Ah... como era bom. Mas na quinta série eu me separei dos meus amigos. Fui estudar em outro colégio, o Jhonatan também, o Aureliano também, a Déborah e a Janaína. Cada um seguiu um rumo diferente. Eu ainda revi a Janaína em um outro colégio, aonde eu fazia o ensino médio. Ela estava mais velha e menos bonita. Ela não falava comigo, estudava na mesma sala que eu e não falava comigo. Talvez tivesse vergonha de lembrar o que passamos. Tinha outra turma. No mesmo ano abandonei o colégio porque fiquei com medo do professor de matemática. No ano seguinte eu me matriculei em outro colégio, mas as coisas não eram mais como antes. Da última vez que eu vi um de meus amigos, ele me contou que estava morando com uma mulher e que tinha comprado uma motocicleta de segunda mão. Alguns deles ainda continuam solteiros, como eu, acho. Nunca mais os vi. Só sei de um que aderil às drogas e de outro - que não era nem um amigo tão próximo - morreu com um tumor na cabeça: eu estava jogando vídeo-game e vi o Aureliano. Eu fiquei feliz em vê-lo, mas ele não era mais como antes, não era mais aquele menino que demonstrava-se tão disposto. Disse apenas: O Adalberto morreu em Teresina.
Então é isso amigos, a vida tem dessas coisas. E se eu fui muito feliz na infância, não posso dizer o mesmo de agora. Sou um ser solitário. Hoje vou triste para o trabalho diferente de quando outrora ia para a escola.Só damos mesmo valor às coisas quando as perdemos.
Eu estudava no vespertino, em uma escola pública, simples. Tinha muitos amigos. Todo dia eu ia à escola feliz, não tinha essa de preguiça. Pelo menos no ensino fundamental foi assim. A professora de português gostava muito de mim, me dizia que futuramente eu ia ser um escritor. Quando era o recreio agente ( eu e minha turma) se reunia para bater uma bola na quadra. Daí que as meninas insistiam em nos puxar para uma brincadeira qualquer que facilitasse o contato. Terminou que deixamos um pouco o futebol de lado para atender às meninas. Inventávamos umas brincadeiras estranhas, o que me rendeu a primeira namorada. O nome dela era Janaína. Ela um dia disse em alto e bom som: Eu te amo. Eu era um pivete, 13 anos. Ela tinha 12. Não levei aquela frase a sério, afinal, nem sabia o que era amor. Como ainda hoje eu não sei.
Quando acabava o dia de aula, agente saía eufórico pela rua. O Marco César se dispersava de nós no portão do colégio - morava atrás, em uma outra rua. E saíamos pela rua, sempre moleques. Gritando, comentando sobre tudo que víamos. Morávamos na mesma rua. Quando eu chegava em casa, abandonava os tênis embaixo da cama, jogava os livros em cima da estante e ia correndo reencontrar os amigos. Ficávamos jogando bola até o anoitecer, e às vezes íamos ao campinho que ficava a dois quarteirões, perto de um matagal. No tempo do pião o futebol ficava obsoleto. Eu adorava o tempo do pião. A rua ficava cheia de meninos e meninas. Vinha até pessoas de outro bairro. E lá ficávamos. Eu me sentia imortal, não dava vazão a mais nada a não ser o brinquedo. A vida não tinha outro significado se não um brinquedo. Só me preocupava em brincar brincar e brincar. E depois de finda a brincadeira do dia, ia pra casa, alegre, desejando aquele farto prato de comida. Depois que meu pai ligava a TV no jornal nacional eu ia para o quarto desenhar (desenhar é uma arte que eu praticava mas que agora abandonei). Eu adorava ler o livro de português. Adorava as estorinhas. Devorava o livro todo em menos de uma semana. Gostava da estória do Catapimba, não sei se vocês se lembram daquela estorinha do Catapimba que tinha nos livros de seus filhos: Como se fosse dinheiro. Eu gostava muito. Gostava também das tiras do Menino Maluquinho, da Mafalda, do Recruta Zero. Eu era pequeno, nem me lembro, só lembro que à noite ao pé da cama juntava as mãozinhas e rezava apressado, mas rezava como alguém que ama. Três Ave-Marias eu rezava, às vezes engolia algumas palavras, e muito cansado acabava dormindo, mas dormia com alguém que amava. Ave-Maria, mãe de Jesus, o tempo passa não volta mais, tenho saudade daquele tempo que eu lhe chamava de minha mãe. Era isso, minha vida. Um sorriso perfeito, puro. E era isso que eu tinha de melhor: O meu puro sorriso de criança. Tudo que eu buscava era está sempre perto de quem eu gostava. Era um garoto pobre, humilde, mas muito muito feliz. Lembro da minha primeira bicicleta. Não consigo descrever a minha emoção. Não vou nem tentar. Ah... como era bom. Mas na quinta série eu me separei dos meus amigos. Fui estudar em outro colégio, o Jhonatan também, o Aureliano também, a Déborah e a Janaína. Cada um seguiu um rumo diferente. Eu ainda revi a Janaína em um outro colégio, aonde eu fazia o ensino médio. Ela estava mais velha e menos bonita. Ela não falava comigo, estudava na mesma sala que eu e não falava comigo. Talvez tivesse vergonha de lembrar o que passamos. Tinha outra turma. No mesmo ano abandonei o colégio porque fiquei com medo do professor de matemática. No ano seguinte eu me matriculei em outro colégio, mas as coisas não eram mais como antes. Da última vez que eu vi um de meus amigos, ele me contou que estava morando com uma mulher e que tinha comprado uma motocicleta de segunda mão. Alguns deles ainda continuam solteiros, como eu, acho. Nunca mais os vi. Só sei de um que aderil às drogas e de outro - que não era nem um amigo tão próximo - morreu com um tumor na cabeça: eu estava jogando vídeo-game e vi o Aureliano. Eu fiquei feliz em vê-lo, mas ele não era mais como antes, não era mais aquele menino que demonstrava-se tão disposto. Disse apenas: O Adalberto morreu em Teresina.
Então é isso amigos, a vida tem dessas coisas. E se eu fui muito feliz na infância, não posso dizer o mesmo de agora. Sou um ser solitário. Hoje vou triste para o trabalho diferente de quando outrora ia para a escola.Só damos mesmo valor às coisas quando as perdemos.
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