Gente me ajude quem puder...É um resumo da ópera A VIDA E BREVE.... vale 4 pontos para minha prova. Eu preciso dessa história a vida e breve
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Antes de qualquer coisa, é preciso ter em mente que o conteúdo de Vita Brevis é apenas imaginação da genial cabeça do Jostein Gaarder, sendo, até mesmo, o nome da nossa protagonista fato inventado. Da “verdadeira Flória”, na História, só sabemos o pouco que o próprio Agostinho nos conta em sua obra. Mas, a escrita do Gaarder é tão real nos sentimentos descritos e é tamanha a sua capacidade de misturar realidade com coisa imaginada - e dessa vez ele caprichou -, que faz qualquer leitor se perguntar se tal carta realmente não existiu. O norueguês praticamente materializa a mulher que dividiu 12 anos de sua vida com Agostinho de Hipona, mais conhecido por Santo Agostinho. E a partir do modo como Flória nos é apresentada, fica impossível não sentir empatia por essa, que um dia foi a paixão do religioso.
O livro retrata uma suposta carta de Flória Emília ao então bispo de Hipona, com quem teve um filho, ao qual chamaram Adeodato. Flória e Agostinho não eram casados formalmente e quando se separaram para que ele se casasse com outra moça, escolhida por sua mãe, Flória também foi afastada do filho, nunca mais voltando a vê-lo. Assim, Gaarder retrata em Flória a mulher abandonada, a mãe de berço vazio. A mágoa é tão presente no discurso da personagem, que, em alguns momentos, a leitura chega a ficar bem pesada. É difícil, sobretudo como mulher, não se colocar em seu lugar, não entender todo o peso de sua dor.
Através de trechos das Confissões de Agostinho, Gaarder vai recriando a história desses antigos amantes. Fala de como eles se conheceram e de sua cumplicidade ao longo dos 12 anos de relacionamento, as oposições que encontraram, sobretudo na mãe de Agostinho, Mônica. Gaarder nos conta ainda a peregrinação de Agostinho por todas as filosofias existentes na época, em busca pelo sentido da vida, até enfim chegar ao cristianismo pela forte influência de sua mãe.
Não sou muito conhecedora da filosofia agostiniana, mas sei que ele foi bastante radical em sua conversão. Agostinho separou drasticamente corpo e alma, condenando todos os prazeres que aquele pode oferecer em detrimento da salvação espiritual. Quando falo todos, são realmente todos. Agostinho se penalizava em se deleitar com música, ainda que ela louvasse a Deus; ou até mesmo condenava o fato de sentir prazer ao aspirar aromas; e, é claro, ele condenava a sexualidade. Para Agostinho, a mulher continuava a ser Eva, a responsável por levar Adão à escuridão.
E apesar de ter muito coisa boa na filosofia agostiniana, sobretudo no relacionamento com Deus, ela talvez foi uma das responsáveis de fazer a Igreja e a humanidade ocidental mergulhar em trevas por séculos a fio, atribuindo à vida material a perdição da alma. Assim, Flória sofre as chagas da visão agostiniana da mulher, que condenava a existência feminina ao propósito de apenas tentar o homem e afastá-lo da salvação. Agostinho condenava sua relação de tal forma que nada de bom sobrou dela, nem mesmo o filho. Para ele, o filho era a personificação do seu pecado e a morte de Adeodato era apenas um sinal disso.
E embora eu não concorde com a visão agostiniana sobre a vida material, também fico com o pé atrás com a filosofia de Flória, que nada mais é que o Carpe Diem. Concordo que tudo o que temos é o aqui e o agora, e ainda que acreditemos em uma vida depois dessa, não há ninguém que possa provar que ela realmente existe. Mas, para aderir ao carpe diem é necessário muita maturidade e muita empatia, do contrário, podemos acabar nas armadilhas do egoísmo e da frustração. Afinal, a vida não é feita só de prazer, ela também tem suas dores. Por isso, sempre opto pela filosofia de Aristóteles, o caminho do meio é sempre o caminho certo a se seguir.
Portanto, Vita Brevis é um livro e tanto. Daqueles que nos faz refletir de como estamos vivendo nossas vidas e, em um trecho e outro, nos deixa com aquele aperto vazio dentro do peito. É impossível não se compadecer com Flória, a dor dela é real. Mas, lembre-se de que Vita Brevis é apenas uma licença poética, aquela velha brincadeira do Gaarder de embaralhar imaginação com realidade, então não vamos condenar Agostinho sem provas, ok? No mais, o livro é uma forma de conhecer um pouco mais da filosofia agostiniana, embora não seja uma visão muito positiva sobre ela. Mas, também vale como um convite para se aventurar nas obras do filósofo. Conhecimento nunca é pouco!
O livro retrata uma suposta carta de Flória Emília ao então bispo de Hipona, com quem teve um filho, ao qual chamaram Adeodato. Flória e Agostinho não eram casados formalmente e quando se separaram para que ele se casasse com outra moça, escolhida por sua mãe, Flória também foi afastada do filho, nunca mais voltando a vê-lo. Assim, Gaarder retrata em Flória a mulher abandonada, a mãe de berço vazio. A mágoa é tão presente no discurso da personagem, que, em alguns momentos, a leitura chega a ficar bem pesada. É difícil, sobretudo como mulher, não se colocar em seu lugar, não entender todo o peso de sua dor.
Através de trechos das Confissões de Agostinho, Gaarder vai recriando a história desses antigos amantes. Fala de como eles se conheceram e de sua cumplicidade ao longo dos 12 anos de relacionamento, as oposições que encontraram, sobretudo na mãe de Agostinho, Mônica. Gaarder nos conta ainda a peregrinação de Agostinho por todas as filosofias existentes na época, em busca pelo sentido da vida, até enfim chegar ao cristianismo pela forte influência de sua mãe.
Não sou muito conhecedora da filosofia agostiniana, mas sei que ele foi bastante radical em sua conversão. Agostinho separou drasticamente corpo e alma, condenando todos os prazeres que aquele pode oferecer em detrimento da salvação espiritual. Quando falo todos, são realmente todos. Agostinho se penalizava em se deleitar com música, ainda que ela louvasse a Deus; ou até mesmo condenava o fato de sentir prazer ao aspirar aromas; e, é claro, ele condenava a sexualidade. Para Agostinho, a mulher continuava a ser Eva, a responsável por levar Adão à escuridão.
E apesar de ter muito coisa boa na filosofia agostiniana, sobretudo no relacionamento com Deus, ela talvez foi uma das responsáveis de fazer a Igreja e a humanidade ocidental mergulhar em trevas por séculos a fio, atribuindo à vida material a perdição da alma. Assim, Flória sofre as chagas da visão agostiniana da mulher, que condenava a existência feminina ao propósito de apenas tentar o homem e afastá-lo da salvação. Agostinho condenava sua relação de tal forma que nada de bom sobrou dela, nem mesmo o filho. Para ele, o filho era a personificação do seu pecado e a morte de Adeodato era apenas um sinal disso.
E embora eu não concorde com a visão agostiniana sobre a vida material, também fico com o pé atrás com a filosofia de Flória, que nada mais é que o Carpe Diem. Concordo que tudo o que temos é o aqui e o agora, e ainda que acreditemos em uma vida depois dessa, não há ninguém que possa provar que ela realmente existe. Mas, para aderir ao carpe diem é necessário muita maturidade e muita empatia, do contrário, podemos acabar nas armadilhas do egoísmo e da frustração. Afinal, a vida não é feita só de prazer, ela também tem suas dores. Por isso, sempre opto pela filosofia de Aristóteles, o caminho do meio é sempre o caminho certo a se seguir.
Portanto, Vita Brevis é um livro e tanto. Daqueles que nos faz refletir de como estamos vivendo nossas vidas e, em um trecho e outro, nos deixa com aquele aperto vazio dentro do peito. É impossível não se compadecer com Flória, a dor dela é real. Mas, lembre-se de que Vita Brevis é apenas uma licença poética, aquela velha brincadeira do Gaarder de embaralhar imaginação com realidade, então não vamos condenar Agostinho sem provas, ok? No mais, o livro é uma forma de conhecer um pouco mais da filosofia agostiniana, embora não seja uma visão muito positiva sobre ela. Mas, também vale como um convite para se aventurar nas obras do filósofo. Conhecimento nunca é pouco!
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