Geekie - 2013)
Não faça do seu carro uma arma
(...)
A posse irresponsável ou criminosa de veículo automotor é um dos mais graves problemas vividos pela sociedade brasileira. Tão ou mais letal que o problema das drogas, pois não depende de traficantes nem de usuários, envolvendo a totalidade da população. Condutores imperitos, psicopatas, bêbados, mal-educados e criminosos fazem a alarmante estatística do trânsito brasileiro. Suas máquinas, concebidas para o transporte pessoal ou de mercadorias são lançadas contra o ser humano e sacam-lhe a vida, seu bem mais precioso. Anualmente 40 mil brasileiros morrem todos os anos em acidentes de trânsito.
O problema não é novo, mas seu agravamento ocorre nos últimos 40 anos, como decorrência da industrialização e da urbanização das populações. O número de veículos, especialmente os de motocicletas, aumenta vertiginosamente e as vias públicas crescem em proporção bem menor. A simples questão espacial é um foco natural de tensão; mais veículos para as mesmas vias causa congestionamentos e problemas. Mas há que se considerar também questões sociais e educacionais. Motoristas despreparados, estressados e impunes constituem o grande ingrediente para o caos instalado.
Desde o começo, a impunidade levou à crença de que o veículo, em vez de meio de transporte, é instrumento de poder. Tradicionalmente, os motoristas brasileiros que causam acidentes não recebem punição e, por isso, continuam na vida errante. Muitos deles, quando ao volante, transformam-se em bestas-feras, esquecendo-se de que no outro veículo pode haver um psicopata e que, quando descem, também são pedestres.
A necessidade do veículo como meio de transporte e o direito da população a esse bem são inegáveis. Mas a sociedade brasileira precisa, urgentemente, encontrar a fórmula da posse responsável. Tem de, a qualquer custo, recuperar o respeito, a urbanidade e a cortesia entre as pessoas, principalmente quando elas conduzem veículos que, mal utilizados, podem causar a morte própria ou de terceiros. Viver é o mais importante e a máquina tem de ajudar a preservar a vida, jamais promover a morte.
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O trecho anterior pretende levar o leitor e as autoridades responsáveis a uma reflexão sobre o comportamento criminoso de certas pessoas quando estão ao volante de seu veículo. Apontando as causas de tal comportamento, implicitamente, o autor do texto sugere prováveis soluções sociais, que são
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reestruturação das medidas coercitivas previstas para os casos de conduta criminosa no trânsito, inibindo a impunidade.
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Hoje eu tô um nojo cheguei pra causa
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