Garranchos [XI]
Palmeira não tem árvores. Já repararam na tristeza que há nas cidades desarborizadas? Por isso Palmeira é triste... As ruas têm o ar pesado dos rostos que não riem. Como o riso é a beleza do rosto, a árvore é o riso da rua... É preciso, pois, que a nossa cidade ria. Arborizemo-la o quanto antes. [...] As mudas pedidas para o Rio poderão com a viagem chegar imprestáveis ou depois do inverno [...]. Mas, para que irmos tão longe, quando temos às portas variados espécimes de fruteiras que tão bem serviam para o caso? Plantemos mangueiras, laranjeiras, outras árvores, tão belas, que as há em nossos sítios.
Florença é povoada de laranjeiras, o seu ambiente é perfumado, tem o cheiro especial dessa árvore.
As grandes ruas de Belém são cheias de mangueiras. E é de ver a beleza do aspecto, às tardes e às manhãs, quando morre o sol ou raia a aurora. Em roda tudo é festa; são os homens que se acolhem à sua sombra, ouvindo-lhes nos galhos os pássaros a cantar, os garotos que esperam a queda do fruto desejado.
A arborização é necessária ao embelezamento de uma cidade.
O inverno chega. Não devemos perder a ocasião. Façamos a nossa Palmeira alegre. Vistamo-la de festa, plantemos árvores. [...]
Ramos, Graciliano. Garranchos. Rio de Janeiro: Record, 2013. Fragmento.
O trecho desse texto que apresenta uma comparação implícita é:
“Palmeira não tem árvores.”. (1º parágrafo)
“... a árvore é o riso da rua...”. (1º parágrafo)
“... que se acolhem à sua sombra...”. (3º parágrafo)
“Não devemos perder a ocasião.”. (5º parágrafo)
“Façamos a nossa Palmeira alegre.”. (5º parágrafo)
Soluções para a tarefa
Resposta: E) "Façamos a nossa Palmeira alegre. ". (5 Parágrafo)
Explicação: Confiiaaaa
Há uma comparação implícita em:
“... a árvore é o riso da rua...”. (1º parágrafo)
Metáfora
Compara-se implicitamente a árvore ao riso ao se afirmar que a primeira é o segundo. Nesse caso, temos uma metáfora, pois os atributos do riso foram transferidos para a árvore.
Assim, como o riso é um sinal de alegria ou felicidade, a árvore era o que alegrava os moradores daquela rua.
Se o autor tivesse empregado um termo comparativo, não haveria metáfora, mas uma comparação explícita. Exemplos:
“... a árvore é como o riso da rua...”.
No caso, a figura de linguagem seria denominada comparação, não metáfora.
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