(Fuvest-SP) —
E Sofia? interroga impaciente a leitora, tal qual Orgon: Et Tartufe? Ai, amiga minha, a resposta é naturalmente a mesma, – também ela comia bem, dormia largo e fofo, – coisas que, aliás, não impedem que uma pessoa ame, quando quer amar. Se esta última reflexão é o motivo secreto da vossa pergunta, deixai que vos diga que sois muito indiscreta, e que eu não me quero senão com dissimulados.
Repito, comia bem, dormia largo e fofo. Chegara ao fim da comissão das Alagoas, com elogios da imprensa; a Atalaia chamou‐lhe “o anjo da consolação”. E não se pense que este nome a alegrou, posto que a lisonjeasse; ao contrário, resumindo em Sofia toda a ação da caridade, podia mortificar as novas amigas, e fazer‐lhe perder em um dia o trabalho de longos meses. Assim se explica o artigo que a mesma folha trouxe no número seguinte, nomeando, particularizando e glorificando as outras comissárias – “estrelas de primeira grandeza”.
Machado de Assis, Quincas Borba.
Considerando o contexto, o trecho “E não se pense que este nome a alegrou, posto que a lisonjeasse” pode ser reescrito, sem prejuízo de sentido, da seguinte maneira: E não se pense que este nome a alegrou,
A
apesar de lisonjeá‐la.
B
antes a lisonjeou.
C
porque a lisonjeava.
D
a fim de lisonjeá‐la.
E
tanto quanto a lisonjeava.
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Resposta:
Resposta A
Explicação:
Os trechos mencionados nas alternativas B, C, D e E apresentam sentido de tempo, causa, finalidade e comparação, respectivamente, o que não acontece na frase “E não se pense que este nome a alegrou, posto que a lisonjeasse”. A locução conjuntiva “posto que” apresenta noção de contraste, podendo ser substituída por outra de valor concessivo, como “embora” ou “ainda que”, ou adverbial, como “apesar de”.
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