Frequentemente os conflitos sociais são resultados de quais atitudes?
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Resposta:
Prefiro aqui desligar-me o máximo possível de uma situação histórica global para fazer com que apareçam "fatos portadores de futuro". O perigo desta posição é evidente. Ninguém imagina que uma sociedade nacional qualquer seja já efetivamente sociedade pós-industrial. E a hesitação a respeito do nome deste tipo de sociedade mostra com clareza que não se pode ainda defini-lo diretamente a partir do interior. Alguns podem temer que nos lancemos na sociologia-ficção. O perigo na realidade é inverso. Todos aqueles que se interessam pela transformação das sociedades industriais estão bem cientes de que sua visão é geralmente muito limitada: para não caírem nas armadilhas da imaginação permanecem excessivamente presos à realidade industrial. Um exemplo basta para se compreender este perigo: fala-se muito do papel cada vez mais dominante das sociedades multinacionais. Mas esta observação prática não nos ajuda a definir uma sociedade pós-industrial e o que a contrapõe a uma sociedade industrial, pois estas empresas pertencem a tipos históricos extremamente diversos, desde as companhias de tipo colonial até a IBM, que se baseia na tecnologia moderna da informação.
É preciso, portanto, aceitar certos riscos para se evitar outros. Não se deve procurar isolar num setor particular da realidade social, como por exemplo, no dos conflitos, "tendências" supostamente modernas. É preciso ligar o tema estudado o mais diretamente possível aos aspectos mais centrais de um tipo societal; e entregar-se então a um exercício muito especial: afastar-se o máximo possível da organização social e de seu funcionamento para constituir um esquema de análise que implique certas conseqüências para um determinado âmbito da realidade social. É por este motivo que me limitarei aqui a apresentar quatro propostas gerais que definem a natureza dos conflitos sociais numa sociedade nova.