François Furet faz uma importante consideração em seu texto sobre a análise histórica. Identifique essa consideração e esclareça sua importância
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François Furet faz uma importante consideração em seu texto, analisando historicamente e observando que uma ruptura institucional revolucionária não modifica necessariamente o tecido social ou econômico, apenas o político ou intelectual.
Ruptura institucional francesa
Um dos atos mais simbólicos da Revolução Francesa foi a criação de um novo calendário, o Calendário Revolucionário Francês. Foi criado pela Convenção Internacional em 1792 para simbolizar a ruptura com a velha ordem e o início de uma nova era na história da França e do mundo ocidental.
A fim de se livrar da herança clerical que permeava o período anterior, esse calendário eliminou os feriados religiosos católicos, nomes de santos e, principalmente, os domingos, da organização da vida cotidiana, apesar de uma maioria católica no país.
Foi inspirado por fenômenos naturais e sinais de revoluções e novas repúblicas, funcionando de 22 de setembro de 1792 a 31 de dezembro de 1805, quando Napoleão Bonaparte ordenou a restituição do calendário gregoriano.
Durante a Revolução Francesa, tentou-se deliberadamente apagar diversos vestígios da memória francesa, que ligava a origem do Estado à da nobreza e do clero.
Texto:
Se insistirmos, a qualquer preço, em conservar a ideia de uma ruptura objetiva no tempo histórico, fazendo dessa ruptura o alfa e o ômega da história da Revolução, seremos inevitavelmente conduzidos, qualquer que seja a interpretação enunciada, a absurdos. Mas esses absurdos são tão mais necessários quanto mais níveis englobar: pode-se dizer, por exemplo, que entre 1789 e 1794 é todo o sistema político francês que foi brutalmente transformado, já que a antiga monarquia desapareceu. Mas a ideia de que entre essas mesmas datas o tecido social ou econômico da nação foi completamente renovado é evidentemente muito menos verossímil: a 'revolução' é um conceito que não tem muito sentido em relação a esse tipo de afirmação, mesmo que ela possa ter causas que não sejam inteiramente de natureza política ou intelectual. Em outros termos, qualquer conceitualização da história revolucionária começa pela crítica da ideia de revolução, tal como foi vivida por seus atores e veiculada por seus herdeiros: ou seja, como uma mudança radical, e como a origem de um tempo novo. Enquanto essa crítica não estiver presente em uma história da revolução, a superposição de uma interpretação mais econômica, ou mais social, a uma interpretação puramente política, nada mudará naquilo que todas essas histórias têm em comum, ou seja, o fato de serem fiéis à vivência revolucionária dos séculos XIX e XX.
Para mais informações sobre o calendário revolucionário francês, acesse:
https://brainly.com.br/tarefa/17424322
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