Formado pela escola de arte dramática Jorge Andrade e decide aplicar em sua obra o projeto que conheceram na universidade o da fórmula de um dramaturgo que utilizasse cores locais em seus textos, representando o Brasil e a história de seu país nós palcos.
A) em dupla, pesquise sobre o período no qual a peça se passa e responda, em seu caderno, qual é a parte da história do Brasil que o dramaturgo decidiu levar para os palcos. B) você já assistiu a uma peça que retratasse parte da história do Brasil?
Soluções para a tarefa
O texto enfoca a crise na produção cafeeira nacional gerada pela quebra da Bolsa Valores de Nova York e acompanha a derrocada de uma aristocrática família reduzida subitamente à pobreza. Centralizando o conflito está o velho Quim, um coronel à antiga, que vê os filhos e a mulher minguarem, saudosos dos velhos tempos e sem perspectivas de futuro. Ambientada em dois momentos - os anos de 1929 e 1932, antes e depois do desastre econômico, a estrutura dramatúrgica intercala cenas na casa da fazenda e cenas na pequena casa da cidade, onde a família passa a viver dos modestos ganhos dos filhos, especialmente de Lucília, que se torna costureira. Esse recurso permite ao autor apresentar o verso e o reverso das situações, justificando comportamentos e projetando expectativas. A alternância entre os dois momentos, mostrados simultaneamente, constitui-se no trunfo maior da arquitetura cênica de A Moratória.
A produção do Teatro Maria Della Costa é esmerada e cerca-se de todos os cuidados. A direção e a cenografia são entregues a Gianni Ratto, que dispõe de longo período para burilar o trabalho dos atores. Despidos de teatralidade, concentram nas inflexões psicológicas o principal do material expressivo, alcançando um conjunto de desempenhos de rara profundidade. Elísio de Albuquerque e Monah Delacy vivem os pais; Fernanda Montenegro e Milton Moraes, os filhos; Sergio Britto (1923-2001) faz o noivo; e Wanda Kosmo uma tia que visita a família. A harmoniosa realização, perpassada de sensibilidade, evoca climas de Anton Tchekhov e Arthur Miller, dois modelos que Jorge Andrade admira e com os quais dialoga.
Em seu comentário crítico, Décio de Almeida Prado (1917-2000) assim escreve sobre a encenação: "A peça de Jorge Andrade apóia-se inteiramente, não sobre o espetáculo, mas sobre o desempenho individual dos atores. Propunha, portanto, uma nova prova para Gianni Ratto, que a venceu com a maior maestria, oferecendo-nos uma representação primorosa, pouco menos que perfeita, uma das melhores que já vimos em palcos nacionais. (...) Esse o milagre da encenação: o de ser tão singela, tão verídica, não acrescentando nada à peça, no sentido de achados exteriores. Fez o mais difícil: deixou as personagens serem livremente sentimentais, sem ela mesma o ser. Na comoção, guardou o mais possível o senso de recato e de medida".1
Coloquei a de cima e a prof deu certo