FONTE 1 – Um livro perene [...] ao descrever os hábitos do senhor, do patriarca42 e de sua família, por mais que a análise seja edulcorada, ela revela não só a condição social do patriarca, da sinhá e dos ioiôs e iaiás, mas das mucamas, dos moleques de brinquedo, das mulatas apetitosas, enfim, desvenda a trama social existente. E nesse desvendar, aparecem fortemente o sadismo e a crueldade dos senhores, ainda que Gilberto Freyre tenha deixado de dar importância aos escravos do eito, à massa dos negros que mais penava nos campos. É indiscutível, contudo, que a visão do mundo patriarcal de nosso autor assume a perspectiva do branco e do senhor. Por mais que ele valorize a cultura negra e mesmo o comportamento do negro como uma das bases da “brasilidade” e que proclame a mestiçagem como algo positivo, no conjunto fica a sensação de uma certa nostalgia do “tempo dos nossos avôs e bisavós”. Maus tempos, sem dúvida, para a maioria dos brasileiros.
FONTE 2 – Do cabedal que há de ter o senhor de um engenho real. O SER SENHOR DE ENGENHO é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quanto proporcionalmente se estimam os títulos entre os fidalgos do Reino. [...] Servem ao senhor do engenho, em vários ofícios, além dos escravos de enxada e fouce que têm nas fazendas e na moenda, e fora os mulatos e mulatas, negros e negras de casa, ou ocupados em outras partes [...].
PERGUNTA 1 – A que obra da historiografia brasileira a fonte 1 está fazendo alusão? Qual o assunto tratado pelo texto? Que tipo de sociedade está sendo apresentada? Explique a ideia de patriarcalismo e o que isso representava para a população negra no Brasil.
PERGUNTA 2 – Qual o assunto tratado na fonte 2? Como Antonil retrata o Senhor de Engenho? Em sua interpretação é possível afirmar que constrói um ideal de patriarca, explique por quê.
Soluções para a tarefa
1) A obra da historiografia brasileira faz alusão ao livro “Casa Grande e Senzala”, que descreve, entre outros assuntos, o modo de vida da sociedade colonial brasileira, marcada pelo patriarcalismo e o abuso do poder e controle exercido pelo patriarca.
O tipo de sociedade que está sendo representada é aquela dominada por uma figura masculina e praticamente sem nenhuma possibilidade de mobilidade social.
A ideia de patriarcalismo é aquela em que há uma figura masculina forte que exerce relações de poder com a sua família, seus parentes que estavam sob sua subordinação, seus funcionários, escravizados, além das relações externas, fora do seu convívio familiar que inclui suas relações políticas e sociais.
O assunto tratado na fonte 2 é o poder exercido pelos senhores de engenho na sociedade colonial nas relações entre membros da família, seus agregados e em outros setores da sociedade.
Antonil retrata o senhor de engenho como um homem poderoso ao qual todos deveriam servir devido a sua influência. Seu poder ia além do seu núcleo familiar abrangendo a política e a economia da sociedade da época.
O autor constrói um ideal de patriarca na medida em que coloca o Senhor de Engenho como uma figura semelhante a alguém que não enfrenta nenhum tipo de objeção no seu dia a dia, o que dá a entender que só a sua presença era suficiente para que as relações de poder sobre os outros e as situações fossem concretizadas.
A sociedade patriarcal
A sociedade patriarcal é aquela em o pai, representado por uma figura masculina domina toda a sociedade. Este tipo de sociedade foi marcante no período da América portuguesa.
Esta sociedade era marca por famílias extensas formadas pelo patriarca que era o principal membro da família, seus parentes simbólicos (padrinhos, compadres e afilhados), agregados e escravizados. O patriarcalismo está presente na sociedade atual.
Bons estudos!
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