Folhinha – A infância mudou nesses 45 anos?
Ruth Rocha – As crianças são muito parecidas. Por isso, livros infantis mais antigos e contos de fadas ainda encantam gente do mundo todo.
Folhinha – Mas hoje tem o computador e outras tecnologias.
Ruth Rocha – O problema não é o computador ou a TV, é o uso excessivo deles. Tem criança que fica o dia inteiro com as telinhas ligadas. Não pode. É preciso ter hora para brincar, estudar, sair, comer e, claro, também para o computador e a TV. Tem que ter disciplina.
[...]
Folhinha – Brincar na rua faz falta?
Ruth Rocha – Faz falta, claro. Mas hoje é muito perigoso. E a criança inventa brincadeiras onde estiver. Quando meus netos eram pequenos, por exemplo, eles transformavam tudo o que tinha na sala de casa em pista de carrinho. A imaginação é muito forte.
Folhinha – Usar o computador faz com que as crianças leiam menos?
Ruth Rocha – Não acho. Nunca se vendeu ou produziu tanto livro. Na minha época, não tínhamos opções, meus colegas não conversavam sobre literatura e as escolas não tinham bibliotecas. Conhecíamos só as histórias do Monteiro Lobato. Hoje há mais opções.
[...]
Folhinha – A senhora lia muito quando era criança?
Ruth Rocha – Muito. Quando eu tinha 13 anos, decidi ler todos os livros de uma biblioteca circulante que ficava na avenida São Luís. Claro que não consegui. Mas acho que li a biblioteca inteira do colégio Rio Branco, onde estudei e trabalhei.
Folhinha – E ouvia muitas histórias também?
Ruth Rocha – Meu avô era um grande contador de histórias. Era um velhinho engraçado que adorava contar contos de folclore, dos irmãos Grimm, fábulas, histórias das “Mil e uma noites”. Já meu pai só sabia três histórias: do Aladim, de um homem com a perna amarrada, que eu não sei de onde ele tirou, e outra que não lembro. E minha mãe, quando descobriu o Monteiro Lobato, lia várias histórias para a gente.
[...]
Folhinha – Quais seus planos para o futuro?
Ruth Rocha – Voltar a escrever. Tive que parar por um tempo, pois deu um trabalho muito grande fazer a reedição da minha obra de ficção pela editora Salamandra. Foram quase 120 livros.
Folhinha – Planeja fazer lançamentos em livro digital?
Ruth Rocha – O livro digital não pegou no Brasil. Eles geralmente não aproveitam a tecnologia que têm à disposição. Eu vendo muito livro, mas minhas obras disponibilizadas em e-book não vendem nada. Talvez um dia o livro físico acabe, mas esse movimento ainda não começou.
MOLINERO, Bruno. Folha de S.Paulo. Folhinha, 06 ago. 2014. Disponível em: . Acesso em: 17 jul. 2017.
Por que a primeira pergunta da Folhinha é sobre uma possível mudança da infância? Assinale as alternativas corretas.
A
Porque as crianças de todos os tempos não são parecidas.
B
Porque livros infantis mais antigos e contos de fadas ainda encantam gente do mundo inteiro.
C
Porque hoje existe o computador e outras tecnologias a que a criança tem acesso.
D
Porque as crianças de hoje não se interessam mais por livros.
Soluções para a tarefa
Respondido por
2
Resposta:
D
Explicação:
por que hoje só ligam pra Internet e vídeogames
Perguntas interessantes