filósofo Thomas Hobbes proporcionou ao tema do poder a primeira abordagem
jurídica da modernidade. Em sua filosofia, o indivíduo é movido por paixões
naturais, por isso a sua meta não consiste em ser benevolente em relação aos
outros, mas sim em realizar tanto os seus interesses quanto os seus desejos. A
partir disso, o estado de natureza pode ser caracterizado como :
A -"uma guerra de todos contra todos", porque há conflitos entre os indivíduos e
predominam os interesses egoístas.
B- uma soberania absoluta exercida por reis.
C- repleto de leis e de organização.
D- uma paz perpétua, ou seja, tranquilidade e pacificidade constantes
Soluções para a tarefa
Resposta:
a
Explicação:
O estado de natureza, segundo Hobbes, é caracterizado pela ideia de "uma guerra de todos contra todos". Logo, a alternativa A é a correta.
A parte mais famosa da teoria hobbesiana é a sua teoria de Estado, exposta principalmente no Leviatã (é a besta do livro de Jó). Hobbes parte da igualdade de todos os homens – esse estado de natureza é um estado hipotético. Todos aspiram ao mesmo. Quando não o alcançam, sobrevêm a inimizade e o ódio, começando aí a desconfiança e os ataques preventivos.
Esse é o chamado pessimismo hobbesiano (que tem, na verdade, mais carga descritiva estrutural do que valorativa): homo homini lúpus, uma frase de Plauto. Competição, desconfiança e glória seriam os três motores da discórdia entre os homens – ou seja, lucro, segurança e reputação.
Esse estado de guerra perpétua de todos contra todos só é encerrado quando o homem se dá conta de que essa situação de insegurança é insustentável: nesse estado de luta vive-se de forma miserável e o homem se vê obrigado a buscar a paz.
Transferindo-se o direito (jus, ou a liberdade) de forma mútua, tem-se o inicio de uma comunidade política, formada por um pacto (contrato) inicial. Para conseguir segurança, o homem tenta substituir o estado natural pelo estado civil, mediante um pacto em que cada homem transfere seu direito/jus/liberdade para o Estado. O soberano, então, representaria apenas essa força constituída pelo contrato, sendo o restante dos homens seus súditos.
O Estado, assim constituído, é absoluto: seu poder, o mesmo que o individuo tinha antes, é irrestrito, manda sem limitação, é uma máquina poderosa, um monstro que devora os indivíduos e ante o qual não há nenhuma outra instancia, daí seu nome: Leviatã, como um monstro superior a tudo, como um Deus mortal, decidindo tudo: política, moral e religião (se esta não é reconhecida por ele, não passa de superstição).
Para escapar do estado natural de guerra de todos contra todos, o homem deve usar a razão como instrumento: deve-se racionalizar o egoísmo para criar as “leis da natureza”, normas que permitem concretizar o instinto de autopreservação. Hobbes chega a listar dezenove, mas as três primeiras são as mais importantes:
- a regra primeira e fundamental ordena que o homem se esforce por buscar a paz – e quando não puder obtê-la, procure e use todos os recursos e benefícios da guerra
- que o homem renuncie ao seu direito sobre tudo (Hobbes chega a comentar o Evangelho: tudo aquilo que exiges que os outros te façam, faze-o a eles)
- “que se cumpram os acordos feitos” = pactum sunt servanda.
Entretanto, não bastam essas leis, em si mesmas, para constituir a sociedade, já que também é preciso um poder que obrigue os homens a respeitá-las: “sem a espada que lhes imponha o respeito, os acordos” não servem para atingir o objetivo a que se propõem. Daí a delegação necessária de todos os homens a um único homem (ou a uma assembleia) o poder de representa-los.
Bastiat, por exemplo, possui noções praticamente opostas a de Hobbes nas três esferas. Ele via no Estado apenas um meio garantidor das liberdades de cada indivíduo. Desta forma, o indivíduo não deveria se submeter ao Estado, pois o papel do Estado é servir ao cidadão.
É neste sentido que a legislação deve atuar: impedindo não uma guerra de todos contra todos, mas uma guerra do Estado - autoritário - contra os indivíduos que, por sua vez, teriam seus direitos individuais violados.
Para saber mais sobre filosofia política moderna: brainly.com.br/tarefa/23868210