FGV /2008)
Leia o texto e responda às questões.
TEXTO 1 Belas & Traídas 1Ricas, belas, famosas e... traídas.
Este seria o título correto desta crônica, não fosse ele 2longo. Mais correto ainda, já que mais abrangente, seria acrescentar a palavra "infelizes" 3antes do ponto final, considerando-se que, nas relações de amor, toda e qualquer 4deslealdade produz infelicidade. 5Mas enfim, de uma maneira ou de outra, vale lembrar que a felicidade não anda de mãos 6 dadas com a beleza, o dinheiro e a fama. Uma celebridade não é obrigatoriamente feliz, 7como podem pensar algumas jovens sonhadoras, principalmente quando se projetam, 8carregadas de ilusão, na vida das atrizes de televisão e das modelos que desfilam nas 9passarelas do mundo. Quase sempre os holofotes em cima de uma mulher, ao mesmo 10tempo em que a iluminam para os outros, a obscurecem para ela mesma, fazendo com que 11perca sintonia com a vida real. 12Acaba de ir para as livrarias um livro muito interessante e de leitura saborosa: Divas 13Abandonadas, da jornalista Teté Ribeiro. Para quem não sabe, até porque o termo já não é 14de uso corrente, divas é o nome que se dá às atrizes e cantoras excepcionais, 15principalmente as de ópera, além de poder também ser traduzido por deusas. Em nosso 16país, por exemplo, diva é uma Fernanda Montenegro, uma Marília Pêra, uma Tônia Carrero, 17uma Marieta Severo, mas também podemos denominar como tal uma escritora como Lygia 18Fagundes Telles, como o foram Clarice Lispector, Cecília Meireles e Hilda Hilst, entre outras. 19Pois Teté Ribeiro lista sete estrelas que se enquadram no título e no tema desta crônica. São 20elas: princesa Diana, Jacqueline Kennedy Onassis, as cantoras Maria Callas e Tina Turner, a 21poeta Sylvia Plath e as atrizes Ingrid Bergman e Marilyn Monroe, esta última a campeã em 22todas as modalidades na perigosa arte de viver: bela, rica, famosa, traída e... infelicíssima! (...) 23No livro A Arte de Amar, do escritor paulista Júlio César da Silva, a mulher aparece como 24predestinada a ser traída. É uma fatalidade, afirmava ele, machista como todos os poetas do 25começo do século XX. No livro, definido como obra-prima por Monteiro Lobato, podem-se 26ler estes dois versos bastante elucidativos: 27Se ele te engana, perdoa, e não lhe digas nada! 28Da mulher o destino é ser sempre enganada. 29Incrível, não acham? Pois é, mas mesmo nos dias de hoje, quase 100 anos depois de esses 30versos serem escritos, encontraremos quem com eles concorde. Machistas existem desde a 31criação do mundo, e progresso algum há de acabar com eles. E o poeta, sem esconder o 32orgulho de ser homem, ainda afirma mais adiante: 33A despeito de tudo, ele te engana e mente, 34que a um homem não lhe basta uma mulher somente! 35Posso imaginar a indignação das leitoras diante dessas duas estúpidas afirmações. Mas 36entre os leitores alguns certamente dirão: "E nós, homens, também não somos vítimas de 37traição, mesmo quando ricos, belos e famosos? Quando alguém vai escrever um livro 38contando as agruras pelas quais passam as celebridades masculinas?". Está aí uma sugestão 39para a mesma Teté Ribeiro, que fez esse livro imperdível.
Manoel Carlos. Veja Rio: Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2007
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No parágrafo que começa na linha 29, pode-se observar que:
A o cronista, em certo trecho, dirige-se diretamente ao leitor.
B não ocorreria alteração semântica se o termo algum 31) fosse colocado antes do substantivo a que se refere.
C caberia, sem forte prejuízo do sentido, substituir que 34) por o qual.
D ocorre um pleonasmo vicioso na linha 34.
E nos versos (L. 33-34), ocorre um erro ao se combinar o pronome lhe, de terceira pessoa gramatical, com o pronome te, de segunda.
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Aqui eu colocaria não os substantivos nos versos, pois o que eu acho importante seria a forma como a escritora relata. Aqui nos versos ela descreve como a mulher é vista no meio social, como é desvalorizada ao mostrar a sua beleza, seu corpo, aqui ela é representada como um produto a ser vendida aos homens. E o homem se mostrando como tal, com direito de adquire-las, quantos assim puder. Desde que possa pagar.
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