(FFFCMPA – RS)
A (re)humanização da Medicina
Em sua origem, a Medicina Ocidental era uma ciência essencialmente humanística. Suas raízes e seu sistema teórico partiam de uma visão holística que entendia o homem como ser dotado de corpo e espírito. As causas das doenças, portanto, deveriam ser buscadas não apenas no organismo enfermo, mas também e principalmente no que há de essencialmente humano no homem: a alma, esse componente espiritual que distingue o homem dos outros organismos vivos do planeta.
Por outro lado, essa inserção do médico em seu meio sociocultural, fazia com que seu papel não se restringisse ao de simplesmente atuar na cura das enfermidades. Ele era também aquele que, frente aos limites e às impossibilidades médicas, sabia acompanhar o enfermo e seus familiares no sofrimento e na preparação para a morte, além de ser aquele que intervinha como orientador nos assuntos mais diversos, tais como o despertar da sexualidade nos adolescentes, os problemas de relacionamento do casal e inúmeras outras questões da vida familiar.
Paradoxalmente, o mesmo século XIX, que assistiu à consagração da moderna medicina humanística em sua versão romântica, marcou também o início da sua crise. Principalmente a partir da segunda metade desse século, as importantes descobertas em campos, como o da microbiologia, desencadearam uma verdadeira revolução no terreno da patologia, gerando profundas transformações na ciência médica como um todo. Assistia-se a um “milagre” ímpar e, ao se iniciar o século XX, tudo dava a entender que a medicina estava prestes a atingir a sua idade de ouro, o seu estágio de “ciência exata”.
Entretanto, à medida que o prestígio das ciências experimentais foi crescendo, o das ciências humanas esvanecia-se no meio médico, e a medicina, então, passava a se sustentar essencialmente nas ciências exatas e biológicas. As descobertas ainda mais surpreendentes que ocorreram nas últimas décadas, principalmente no âmbito da biologia celular e molecular, que ultimamente têm culminado nas pesquisas do genoma, parecem ter definitivamente confirmado a ideia de que a chave de todo o conhecimento médico está nas ciências experimentais. Vistas desta forma, as ciências humanas – a história, a filosofia, a literatura – não têm mais nada a dizer à medicina, a não ser louvar as suas lutas e conquistas e relatar a sua tremenda evolução.
De fato, todo esse processo de supervalorização das ciências biológicas e dos meios tecnológicos, que acompanharam o desenvolvimento sem precedentes da medicina nestas últimas décadas, trouxe como consequência mais visível a “desumanização” do médico, que foi se transformando cada vez mais em um técnico, um especialista. E isso, não apenas por força das exigências de uma formação cada vez mais especializada, mas também em função das transformações nas condições sociais de trabalho que tendem a proletarizar o médico, restringindo a sua disponibilidade para que haja um contato mais amplo com o paciente que assiste.
Certamente, mesmo depois de totalmente desvendado o código genético e desenvolvidas as mais sofisticadas técnicas de diagnóstico e prognóstico clínico, os médicos continuarão enfrentando limitações e dificuldades que exigirão mais do que o conhecimento científico-tecnológico para que possam ser superadas. Sem dúvida, há uma grande necessidade de se “reumanizar” a medicina, de se desenvolver e fornecer recursos humanísticos para o processo de formação e de atuação do médico e dos profissionais da saúde em geral - não só por ser uma questão de ética, mas porque só se pode falar em verdadeira evolução do conhecimento biológico-médico quando se procura a integração dos saberes que extrapolam o campo puramente físico-experimental.
(Dante Marcello Claramonte Gallian in http://www.epm.br/reitoria/cehfi/index.htm – texto adaptado)
Se a frase
Principalmente a partir da segunda metade desse século, as importantes descobertas em campos, como o da microbiologia, desencadearam uma verdadeira revolução no terreno da patologia
passasse para a voz passiva, a forma verbal corretanessa nova frase seria:
(A)
foi desencadeada.
(B)
foram desencadeadas.
(C)
desencadeou.
(D)
têm desencadeado.
(E)
tem desencadeado.
Soluções para a tarefa
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Desencadeou, a resposta correta é a letra C
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A resposta correta é a letra c.
Isso porque a voz passiva pode ser caracterizada pela situação em que o sujeito gramatical presente em uma oração é agente ou paciente desta. Sendo assim, esse sujeito deve receber a ação do verbo, sendo intitulado agente da passiva.
Os verbos que podem assumir esse cenário são os verbo transitivo direto e bitransitivos. Isso porque quando estamos diante de verbo transitivo indireto, impessoal, intransitivo ou objeto direto, essa situação não é admitida.
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