Férias na Antártica
Nascemos numa família que gosta de viajar de barco, e muito. Crescemos enquanto nosso pai
construía um novo veleiro, o Parati 2. Pessoas que nunca tinham visto um barco antes também
participaram da sua construção, que aconteceu devagar, longe do mar e com muito esforço. Quando
ficou pronto, tornou-se famoso pelas viagens que fez e por ser um dos barcos mais modernos do
mundo. Nossa mãe sabia que o barco era seguro e que poderia levar toda a nossa família. Então
pediu para irmos todos juntos numa próxima vez e nosso pai concordou! Ficamos felizes porque,
finalmente, não ficaríamos na areia da praia dando tchau.
Partimos para uma longa viagem e deixamos nossos avós com saudades. Viajamos para um
lugar que muitas pessoas nem imaginam como é. Para chegarmos lá, balançamos para cima e para
baixo, para um lado e para o outro, com movimentos nem um pouco agradáveis, nada parecidos com
os que experimentamos em terra firme.
Fomos para um continente que não tem dono, bandeira ou hino, onde sentimos temperaturas
abaixo de zero. Dizem que ali é tudo branco e só tem gelo, mas enquanto viajávamos fomos
descobrindo muitas cores e diferentes tons de branco.
Sempre nos perguntam: "O que vocês fazem lá?" "Tudo!" é a nossa resposta. É um lugar muito
especial chamado Antártica. E por que é tão especial assim?
Quando deixamos a América do Sul rumo à Antártica, passamos pelo extremo sul do
continente americano, o famoso cabo Horn. A partir dali, navegamos pelo estreito de Drake. Com
muito mar pela frente, estamos sempre acompanhados por muitas aves marinhas, principalmente
petréis e albatrozes.
Conforme nos aproximamos da Antártica, a água vai esfriando, ficando mais densa e o
alimento começa a ficar mais concentrado, atraindo um número maior de animais. É como se
entrássemos num enorme carrossel de animais e icebergs que flutuam em volta do continente
antártico. Esse cinturão azul que abraça o continente é chamado de Convergência Antártica.
Ali sabemos que estamos mais perto do nosso destino do que de casa, e temos a sensação de
que a viagem dos nossos sonhos está acontecendo.
Depois de cruzarmos o Drake - que é a parte chata porque todo mundo passa mal no barco -,
nossa ansiedade aumenta ainda mais. Alguns sinais indicam que finalmente estamos chegando: não
vemos mais albatrozes no céu, sentimos o vento gelado no rosto e não dá mais para ir do lado de
fora sem luvas e gorros. Começamos a ver grupos de pinguins saltando para fora da água e focas se
exibindo no mar.
Quando nosso pai diz que já é possível encontrar um iceberg no caminho, a gente fica mais
tempo do lado de fora do barco fazendo companhia para ele no frio. Achamos que ele gosta de sentir
frio. Nós gostamos só um pouquinho e logo queremos voltar para o calor da cabine. Mas como esse
é um momento especial, temos um combinado no barco: quem avistar o primeiro iceberg da viagem
ganha um prêmio. Assim a gente sente coragem de ficar mais tempo no frio! [...]
Quanto mais nos aproximamos da Antártica, maior é o número de icebergs. Eles vão surgindo,
com formatos e tamanhos diferentes. O que varia bastante também são as cores. É, as cores!
Dependendo da posição do sol, das condições climáticas do dia, do tamanho do iceberg, da largura
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da parede de gelo, da densidade e de outros elementos, um iceberg pode ser muito diferente do
outro.
Mesmo de longe, eles são muito diferentes. Não são apenas blocos de gelo. Cada um é único.
São tons de branco, cinza, azul e verde muito diferentes dos que estamos acostumados a ver no
Brasil. Leva um tempo para gente se acostumar. A água vai batendo pouco a pouco no iceberg e o
gelo vai se moldando, sendo esculpido em pontas, rampas, pequenas piscinas e cavernas. Formamse até pontas de gelo que lembram estalactites, que a gente pode pegar com as mãos e brincar de
"picolés de gelo"!
Muita gente conhece a frase "isso é apenas a ponta do iceberg", que usamos para dizer que
tem muito mais do que parece em alguma coisa. Isso acontece porque a parte do iceberg que está
acima do mar corresponde a apenas 30% do seu total; o resto está submerso. Esse fato também é
conhecido, mas ver icebergs ao vivo nos leva a pensar em coisas que nem todo mundo pensa:
quando um iceberg derrete, ele vai subindo ou capota e mostra a parte que estava debaixo d'água?
[...]
KLINK. Laura; KLINK, Tamara; KLINK, Marininha.
Férias na Antártica. São Paulo: Grão, 2010.
no relato de experiencia vivida pelas meninas, em muitos momentos emprega-se uma linguagem mais informal, identifique trechos em que isso ocorre R=
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hobby de que períodos mais longos períodos de que períodos mais longos e dois pedra de que períodos mais longos períodos de
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